Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
Entidades sindicais que representam os peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) criticaram o método de reposição da greve e o sistema de trabalho do instituto para atender à demanda acumulada de perícias e de concessões de benefícios. A categoria esteve paralisada entre setembro de 2015 e fevereiro de 2016. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Francisco Cardoso, a reposição das perícias médicas não está sendo feita de maneira ideal. Dentre vários motivos, ele citou que o INSS não tem mais espaço físico para o atendimento nem servidores administrativos suficientes. Além disso, Cardoso contou que o INSS quer que o perito reponha individualmente tudo o que deixou de atender durante a greve, que durou 165. "O INSS quer usar a reposição para punir o grevista, não para resolver o problema das filas", disse em entrevista à Agência Brasil. A ANMP defende uma reposição coletiva, com a colocação de mais peritos no atendimento direto à população. "Defendíamos a diluição dessa reposição para todos. Obviamente, quem fez greve tendo de repor mais, mas quem não fez greve também tinha de dar uma cota de contribuição para sociedade. Porque quem não fez greve não foi descontado o salário, mas está ganhando aumento, benefícios e vantagens do acordo", ressaltou. Segundo Cardoso, quase 1 milhão de perícias deixaram de ser feitas durante a greve. "Se colocasse 80% dos peritos em atendimento na agência resolveríamos toda a reposição em dois meses". Com o método do INSS de sobrecarregar a agenda dos peritos, ele diz que a reposição levará um ano. bn
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