Rosimeire Alves tentava desovar entre os petistas as camisas da seleção brasileira que encalharam desde a Copa do Mundo
GRAZIELE OLIVEIRA E NINA FINCO
Rosimeire Alves e suas camisetas do Brasil no meio da manifestação pró PT (Foto: Nina Finco/ Época)
A ambulante Rosimeire Alves, 40, arriscou a própria pele nesta sexta-feira (18). Ela foi para a Avenida Paulista vender camisetas e bandeiras do Brasil para os manifestantes pró-governo. As cores verde e amarelo destoam da paleta preferida pelo público deste protesto, marcado pela cor vermelha, símbolo do PT .
Rosimeire afirma que vendeu, até as 18h30, cinco bandeiras, que lhe renderam cerca de R$ 100. Na quarta-feira, quando aproveitou as manifestações espontâneas contra o governo, ela esteve na mesma esquina, onde vendeu R$ 600 em apenas duas horas. "Não tem comparação entre as vendas de hoje e anteontem. Antes só tinha elite", afirma. A ambulante diz que a polícia a orientou a não estender as bandeiras, para evitar conflito, mas ela preferiu tentar. "Não sofri nenhuma hostilidade, ninguém me xingou aqui", diz. As peças são, em grande parte, sobras da copa. Das 100 unidades, apenas 20 foram adquiridas recentemente.
Rosimeire é moradora de Guarulhos, onde vendia acessórios de celular em uma loja. A crise econômica a levou a abandonar o ponto e optar por uma banca na Av. Dom Pedro, onde, atualmente, vende blusas femininas.
Apesar de comparecer a ambas as manifestações, Rosimeire não é a favor do impeachment da presidente Dilma. "O governo dela foi bom para mim. Em seu primeiro mandato eu comprei carro, reformei a casa e vendi bem", afirma. Chegou a ganhar R$ 3 mil em vendas.
Atualmente, o movimento caiu. "A Dilma precisa parar de tentar esconder os erros dos outros. Ela fala que não sabia, que não viu. Esse é o erro dela. A Dilma tem que falar que vai investigar todo mundo e seguir assim, ou a pressão vai fazê-la renunciar", diz.
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