Em uma demonstração de que o afastamento do governo está em andamento, a convenção do PMDB aprovou moção neste sábado que impede que peemedebistas assumam novos cargos no governo nos próximos 30 dias, quando o partido decidirá sobre o desembarque do governo.
Desta forma, o deputado Mauro Lopes (MG), cotado para assumir a Secretaria de Aviação Civil, ficará impedido pelo partido de se tornar ministro. Na quarta-feira, em reunião no Palácio do Planalto, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) disse a Mauro Lopes que a presidente Dilma Rousseff havia batido o martelo sobre sua nomeação para a pasta e que o convite deveria ser formalizado no início da semana seguinte. O deputado disse que a moção “não tem nenhum valor” e que sua decisão será tomada independentemente do que deseja o partido.
Antes da votação, o vice-presidente Michel Temer afirmou em seu discurso que “não é hora de dividir os brasileiros”. Temer evitou fazer ataques ao governo, mas comentou a crise política e econômica no país. Durante a convenção, lideranças do PMDB criticaram o governo Dilma e reforçaram seu apoio ao afastamento do partido.
A princípio, nenhuma moção seria votada na convenção, que estaria focada apenas na eleição da nova Executiva do PMDB, com a recondução de Temer ao posto. Porém, sob forte pressão dos antigovernistas na convenção, a cúpula do partido pediu à área jurídica que analisasse se seria possível votar ainda hoje algumas das moções apresentadas.
O secretário-executivo do PMDB, Eliseu Padilha, informou ter recebido do próprio Temer a informação de que há autorização para deliberar as moções.
“Há condições legais de ser apreciada a moção. Recebi do presidente Temer agora a informação de que ele conversou com PMDB de Minas Gerais e ele disse que não tinha nenhum óbice a que se apreciasse essa moção. O presidente Temer autorizou que fosse submetida a votação”, afirmou Padilha. (O Globo).
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