As campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti contra a propagação do vírus da zika devem incluir educação sexual e prevenção à gravidez indesejada, de acordo com a professora argentina Andrea Gamarnik, chefe do laboratório de Virologia Molecular da Fundação Instituto Leloir, em Buenos Aires. A professora também é pesquisadora Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, órgão ligado ao Ministério de Ciência da Argentina. Para ela, recomendar que as mulheres não engravidem, é uma “mensagem vazia”, e que, como o vírus da zika se manifesta onde o índice de pobreza é maior, é importante que se invista “esforços em educação sexual e em programas para evitar a gravidez indesejada”. As pesquisas da professora dão suporte para que empresas farmacêuticas desenvolvam vacinas e antivirais, em fase de teste, para combater as doenças. Andrea Gamarnik já foi premiada pelo programa L'Oréal - Unesco Para as Mulheres na Ciência, que premia cientistas do mundo todo. Em entrevista à Folha, ela afirmou que há 15 anos, tenta-se entender como o vírus da dengue se replica, infecta as células, se multiplica e passa para o ser humano. A cientista afirma que o vírus da dengue é uma partícula muito sensível e que foi descoberta como uma proteína pode reconhecer essa molécula e copiá-la. Mais de 390 milhões de pessoas por ano no mundo é infectado pela dengue. Ela informa que a urbanização desorganizada está associada ao aumento da doença. Gamarnik diz que, se for comprovado que o Zika é transmitido sexualmente, isso “coloca as mulheres numa situação de alta vulnerabilidade”.
“Se a maioria das mulheres vítimas do vírus do zika vive em lugares onde há poucos recursos e, às vezes, ficam grávidas sem desejar, dizer que não fiquem é quase uma falta de respeito. Acredito que os governos deveriam investir esforços em educação sexual, algo fundamental para evitar uma gravidez inesperada”, diz a cientista. bn
“Se a maioria das mulheres vítimas do vírus do zika vive em lugares onde há poucos recursos e, às vezes, ficam grávidas sem desejar, dizer que não fiquem é quase uma falta de respeito. Acredito que os governos deveriam investir esforços em educação sexual, algo fundamental para evitar uma gravidez inesperada”, diz a cientista. bn
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