Cientistas americanos e europeus afirmam que o Brasil está colocando dificuldades para enviar amostras do zika vírus para realização de pesquisas para desenvolver kits de diagnóstico, remédios e vacinas. De acordo com o BBC Brasil, especialistas brasileiros afirma que há um entrave legal e que querem trazer os pesquisadores estrangeiros para estudar a doença no Brasil, em parceria com os cientistas daqui, e não em seus países de origem. A ideia seria garantir que os avanços descobertos beneficiem primeiro a população brasileira, mais atingida pela epidemia do zika. Os especialistas afirma que os pesquisadores estrangeiros estariam se valendo de amostras de epidemias passadas — em locais como Polinésia Francesa e Uganda – para fazer seus trabalhos, o que não é considerado ideal. O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, afirmou que não pode enviar as amostras para o exterior, pois há uma lei que protege o patrimônio genético nacional, ainda não regulamentada. A norma evita situações já ocorridas no passado, como o caso em que amostras de sangue de índios ianomâmis foram parar nos Estados Unidos sem autorização. A mesma norma protege também o patrimônio ambiental, evitando, por exemplo, a retirada de plantas nativas do país, o que poderia provocar prejuízo econômico. Agora, o governo federal estuda formas de facilitar o envio das amostras do vírus por meio de um decreto ou pela regulamentação do Marco Legal da Biodiversidade, que impõe as regras hoje classificadas como "complexas" e burocráticas pelos cientistas. De forma paralela, a Universidade do Texas coletaram materiais no país para uma pesquisa que procura desenvolver uma vacina para o zika, parte de uma parceria entre o Brasil e os EUA. O Ministério da Saúde afirmou que está à disposição dos órgãos internacionais e que já há iniciativas com estrangeiros, como no caso de especialistas ligados ao Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês). bn
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