Enquanto comandava a Petrobras, Graça Foster, tinha forte ligação com a presidente Dilma Rousseff. Ela tinha a reputação de ser competentíssima pelo Palácio do Planalto e pelos petistas de maneira geral, que acompanham o que o governo diz. Os parlamentares da legenda asseguravam que os problemas da Petrobras seriam resolvidos. Jamais aceitaram o fato de que o partido, aliançado ao PMDB e o PT, recebera dinheiro sujo –propina - das empreiteiras, através dos diretores afastados da estatal. O partido batia na tecla de que o dinheiro tinha origem (que nunca dissera qual) e que as doações foram declaradas ao judiciário e tornaram-se “oficiais”. Foster, enquanto isso, por duas vezes entregara o cargo a Rousseff, que por duas vezes recusara. Aconteceu o episódio do balanço. O Conselho de Administração e Graça Foster entenderam que deveriam deixar à margem do tal balanço o dinheiro oriundo da roubalheira desenfreada que, ainda de acordo com a diretoria, somaria R$ 88 bilhões. Bastou. Dilma subiu nas tamancas. Passou a aceitar a saída da presidente da estatal. No dia subsequente à decisão do Palácio do Planalto, Foster mudou seu rumo e renunciou acompanhada de cinco diretores. A Petrobras que já não tinha beira ficou também sem eira. O que vale dizer, sem comando, a espera de uma nova diretoria a ser eleita na última sexta-feira.
O Palácio do Planalto mudou instantaneamente. Determinou ao PT que defendesse a Petrobras sem a direção “competente” da ex-comandante. O PT começou então a dizer que Foster demorou na sua decisão de deixar o cargo; que ela estava perdida; que a mudança da diretoria seria a salvação da petroleira. É normal em política. O que se defende como positivo num dia, passa repentinamente a não prestar. Resta saber se a lavoura petroleira será salva e quando será. Pelo que se observa uma crise sistêmica se abate rapidamente sobre a economia. A situação é de quase desastre. Há quem tenha saudade da “marolinha” do Lula, transformada na onda gigantesca que desaba sobre o governo Dilma. Onda formada pela crise gerada na corrupção inimaginável da Petrobras. por Samuel Celestino/BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário