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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Noruega é eleito o país mais democrático do mundo

Foto: Thinkstock
Qual é o país mais democrático do mundo?" Claro que não é o Brasil.
A democracia plena tem requisitos básicos como: instituições públicas fortes, sem corrupção, baixos impostos, uma cultura baseada na confiança e na baixa desigualdade social.
O Brasil ainda tem muito o que aprender com o grande vencedor do ranking mundial, a Noruega.
Pelo quinto ano consecutivo, o país foi considerad o mais democrático do mundo, pelo Índice de Democracia 2014 publicado pela The Economist Intelligence Unit (EIU), em janeiro.

O país escandinavo obteve 9,93 pontos em uma escala de 10 pelo terceiro ano consecutivo. 

A presença do país no topo da lista já é mais tradição do que surpresa dentro da lista de 165 países e dois territórios que o índice contempla.

A Noruega conseguiu a pontuação máxima em quatro dos cinco fatores avaliados pela medição: processo eleitoral e pluralismo, liberdades civis, funcionalidade do governo, participação política e cultura política.

Mas o que permitiu que o país nórdico se tornasse o mais democrático do mundo?


"Um estado forte com pouca corrupção e favoritismo gera confiança e tem os instrumentos necessários para contribuir para baixar a desigualdade através de altos impostos que criam bons serviços públicos", disse à BBC Benedicte Bull, líder da Rede Norueguesa de Estudos Latino-americanos (Norlarnet).

Igualdade
No país, a igualdade parece ser um conceito chave.

"A Noruega é um país com uma forte cultura igualitária cujas origens estão na religião protestante, de ter sido um país pobre e austero e com uma profunda tradição de proximidade entre o poder público e a sociedade", disse à BBC Mariano Aguirre, diretor do Centro Norueguês para a Construção da Paz (NOREF), com sede em Oslo.

A alta valorização da igualdade tem muito a ver com a história do país. A Noruega é diferente de outros países europeus, já que nunca foi potência colonial. Na verdade, é o contrário.

O país foi historicamente dominado por outras potências como a Dinamarca, a Suécia e a Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial. 

Poder
Segundo Aguirre, "a sociedade norueguesa não tem a melancolia do poder, que alguns dos países que foram potências coloniais têm".

"Também acho que nós temos uma cultura de participação que vem de muito tempo atrás. Ela surgiu com os grandes movimentos sociais (de trabalhadores, movimentos laicos, etc.) do século 19 e alguns, pelo menos, continuam sendo fortes", completa Bull.

Mas o bom desempenho da Noruega no índice da EIU coincide com o do resto de sua região. Quatro dos cinco países mais democráticos, segundo o índice, são os nórdicos.

Historicamente, o primeiro lugar da lista quase sempre ficou com um país escandinavo: a Noruega nas últimas cinco medições e a Suécia nas edições de 2006 e de 2008.

"É uma sociedade pequena (menos de seis milhões de habitantes), rica devido a seu inteligente manejo do petróleo e a ter usado a renda que este recurso produz para desenvolver outros setores produtivos (como a pesca e a indústria hidráulica)", afirma Aguirre.

"Todos estes países têm estados de bem-estar social que geram confiança no sistema e também nivelam as desigualdades, o que, por sua vez, gera confiança nas instituições democráticas", explica Bull.

No entanto, a pesquisadora adverte que estes fatores podem estar em retrocesso em vários países escandinavos. Mesmo assim, "a cultura política que geraram permanece, pelo menos por enquanto".
Com informações da BBC

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