Na noite de segunda-feira (9), um bebê prematuro nasceu com a barriga aberta e parte do intestino exposta no Hospital da Mulher, em Feira de Santana. Devido à fragilidade abdominal, a criança precisará ser transferida para uma unidade de alta complexidade, passar por uma cirurgia e depois seguir para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Porém, o procedimento ainda não pode ser feito por falta de vagas em hospitais especializados. As informações são do Acorda Cidade. Segundo a diretora da Fundação Hospitalar, Gilbert Lucas, a mãe da criança, uma jovem de 15 anos, já chegou ao local em trabalho de parto e o procedimento foi realizado com urgência. De acordo com ela, o hospital não é credenciado para fazer esse tipo de cirurgia. “A unidade é uma maternidade infantil, e a criança precisa ir para uma unidade especializada em cirurgia pediátrica. Hoje a nossa taxa de prematuridade é muito grande, e o Hospital da Mulher é credenciado para procedimentos de baixa e média complexidade. Mas a gente vem recebendo muitos pacientes de alta complexidade”, disse Gilbert.
Ainda segundo a diretora, a Fundação já enviou os documentos necessários para a central de regulação, mas devido à falta de vagas, o bebê ainda não pode ser transferido. “A dificuldade de se fazer a regulação em um caso como este está na quantidade de vagas, principalmente quando a cirurgia necessita da presença de alguns especialistas, como neuropediatra e o cardiologista pediátrico”, explicou. De acordo com o pediatra Luciano Braga, essa fragilidade, chamada “gastrosquise”, ocorre devido à má formação do feto, que faz com que o abdômen se abra ainda no útero e as vísceras fiquem expostas. “Às vezes, isso é detectado na ultrassom obstétrica ou na morfológica. Nesse caso, não foi detectado o quadro”, explicou ele. Segundo Braga, agora é necessário recolocar as vísceras na cavidade abdominal para evitar que os órgãos expostos entrem em necrose. “Essa cirurgia precisava ser para ontem, a demora pode agravar o quadro clínico e gerar risco de morte. Os cuidados no momento são manter as vísceras em tecido umedecido e com antibióticos”, concluiu o médico. BN
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