Emerson e Ralf comemoram primeiro gol do Corinthians na goleada sobre o Once (Foto: Marcos Ribolli)
Há personagens do futebol que renderiam belos roteiros no cinema. Emerson é um. Como se não bastasse ter feito dois dos gols mais importantes da história do Corinthians no dia 4 de julho de 2012, o sujeito ganha títulos a rodo, já adulterou a data de nascimento, chama-se Márcio, virou Sheik no Catar, tem uma macaca de estimação... E depois de uma saída polêmica do Timão e um retorno cercado de dúvidas, coube a ele comandar a vitória sobre o Once Caldas e botar a classificação para a próxima fase no bolso alvinegro.
4 a 0 no jogo em que, antes de começar, a torcida sentia medo de Felipe e apostava todas as fichas em Guerrero. Essa mesma torcida que vai dormir lamentando a expulsão precoce do centroavante e erguendo as mãos aos céus para agradecer a cabeçada certeira do zagueiro.
4 a 0 no jogo marcado por um golaço de Elias e um toque magistral de Renato Augusto para Fagner completar com estilo. Jogadas de um time bem treinado.
O Corinthians deu um enorme passo para se juntar ao rival São Paulo, além de San Lorenzo e Danúbio no Grupo 2 da Libertadores. Para se classificar na próxima quarta-feira, em Manizales, o Once Caldas terá de vencer por cinco gols de diferença. Se fizer 4 a 0, a disputa será nos pênaltis. Qualquer outro resultado é do Timão.
A expectativa de 180 minutos de tensão foi aliviada em 30 segundos, tempo que Sheik precisou para levantar a cabeça, espiar a área e, do lado esquerdo de ataque, encobrir o goleiro Cuadrado. Quis chutar ou quis cruzar? A essa altura, o corintiano não está nem aí.
Parecia fácil, mas a expulsão de Guerrero, após trocar tapas com Pérez (que levou só cartão amarelo no lance) e o gol contra de Ralf, anulado pelo assistente mesmo sem ter havido nenhum toque de jogadores do Once Caldas, criaram uma nuvem negra sobre a Arena. O argentino Penco se posicionava bem entre Gil e Felipe. Perdeu três chances, uma delas em boa defesa de Cássio e a mais clara em cabeçada para fora no início do segundo tempo.
A nuvem clareou com um herói inesperado. Felipe, zagueiro em quem poucos confiam, subiu muito para completar cobrança de escanteio de Jadson. Os colombianos, que haviam voltado mais ofensivos para tentarem aproveitar a vantagem numérica, sentiu. Parou. A expulsão de Murillo deixou o Once com dez. E o Corinthians pareceu ter 15 no terceiro gol. Golaço.
Começou com ele, o predestinado Sheik fazendo embaixadinhas. Dele pra Elias, pra Jadson, pra Elias, pra Renato Augusto – posicionado como centroavante, ponto para Tite –, pra Elias, pro gol. Aquela rede ainda seria o destino da cavadinha de Fagner, que recebeu outro lindo passe de Renato Augusto. Xô, Tolima!
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