Ana disse que o horário de trabalho, noturno, impedia que ela assumisse o cargo
A catadora de material reciclável Ana Maurícia dos Santos Cruz, 23, que ganhou notoriedade após encontrar e devolver R$ 250 mil em cheques destinados ao Hospital do Câncer em Barretos (423 km de São Paulo), recusou a oferta de emprego feita pela instituição.
Na terça-feira (3), ela participou de uma entrevista de emprego e o hospital ofereceu a ela uma vaga de copeira, mas ela recusou dizendo que o horário de trabalho, noturno, impedia que ela assumisse o cargo. "Pra mim, fica complicado", disse Ana. Ela espera, agora, o surgimento de oportunidade em outras áreas.
De acordo com Ana, ela entrou em contato com o hospital para agendar a data da entrevista depois de não ter comparecido quando chamada pela primeira vez. "Quando fiquei sabendo, estava fora de Barretos. Mas liguei, marquei e já fiz a entrevista. Agora só estou esperando eles me chamarem", disse ela.
Procurado, o Hospital do Câncer confirmou a entrevista e que a vaga foi oferecida a Ana, mas não confirmou que a seleção feita por ela garanta uma convocação automática para novas vagas que surgirem. Segundo a instituição, a vaga de copeira é a única aberta e a situação será analisada novamente quando outra oportunidade surgir.
A reportagem do UOL apurou que, embora negue oficialmente, a direção do hospital está aborrecida com a catadora, que chegou a faltar a uma entrevista agendada logo após a devolução dos cheques ser realizada.
Além disso, o hospital chegou a tentar contato com ela por três dias consecutivos, sem sucesso. Um dia depois, ela foi a São Paulo e concedeu entrevistas a programas de televisão.
Emprego
Em seu antigo emprego de catadora de recicláveis, Ana Maurícia recebia salário mensal de aproximadamente R$ 850. Casada e com o marido preso há dois anos --tem outros dois a cumprir--, ela vive com os pais e um filho de três anos e é responsável pelo sustento da casa.
Depois de encontrar os cheques, ela deixou o emprego de catadora e hoje trabalha ocasionalmente como garçonete em uma pizzaria, o que já fazia antes de achar os cheques.
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