Bloqueada no Brasil por suspeita de ser uma pirâmide financeira, e alvo de alerta na República Dominicana e no Peru, a Telexfree tem feito sucesso em Portugal. Eventos ao longo da última semana ocuparam a agenda de hotéis de luxo em Lisboa, Coimbra e Porto. Na Região Autônoma da Madeira, o negócio atraiu aproximadamente 41 mil pessoas, segundo a TV pública RTP Madeira – o que equivale a 16% da população local.
"Já algumas pessoas conhecidas ou amigas falaram que estavam participando desse esquema", diz o integrante de uma agência do governo regional. "Até mandei para uma dessas pessoas por e-mail uma notícia de que uma juíza brasileira havia mandado bloquear [as atividades]."
A popularidade, conquistada com a promessa de lucros expressivos, chamou a atenção também de autoridades. Segundo o iG apurou, a Polícia Judiciária da Madeira começou a reunião documentos sobre a Telexfree. A eventual abertura de um inquérito, entretanto, só ocorrerá quando houver queixas de lesados pelo negócio.
A Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor (Deco Proteste) emitiu uma nota de alerta sobre as atividades da empresa, em novembro. No texto, a entidade orienta os consumidores a se manterem afastados do negócio, uma vez que “a probabilidade de perder a totalidade do capital investido é elevada”.
Para Carolina Gouveia, jurista da Deco Proteste, a Telexfree tem as características de uma pirâmide financeira.
“A lei portuguesa também classifica esse tipo de negócio como práticas comerciais ilegais, porque o que está em causa é um serviço que é proposto ao consumidor, mas o consumidor acaba por se tornar um colaborador da própria empresa, na medida que tem de promover a empresa”, afirma, em entrevista ao iG. “De fato, são práticas que não são permitidas.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário