A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo está investigando se parte do tráfico na região da cracolândia é comandada por dois policiais civis, um deles, inclusive, do departamento criado unicamente para combater esse tipo de crime: o Denarc.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, na última quinta-feira (23), agentes em um carro da Corregedoria da Polícia Civil acompanharam à distância a operação na região em busca de informações sobre esses policiais.
Ainda segundo o jornal, a prisão desses policiais deve ser acelerada uma vez que a presença desse veículo foi notada, o que pode provocar a fuga dos dois suspeitos.
A Polícia Civil, no entanto, afirmou que um carro da Corregedoria esteve no local, mas que o órgão foi acionado pelos usuários da cracolândia, durante a ação policial, por causa de supostos excessos. A operação na cracolândia visava prender traficantes, segundo o Denarc.
A Folha diz que para a cúpula da polícia, a prisão desses suspeitos não tem ligação com os policiais corruptos e, por isso, foi apoiada pela diretoria do departamento e pela Secretaria da Segurança Pública.
Em uma ação isolada, que foi repudiada pela prefeitura da capital paulista, a Polícia Civil de São Paulo teria usado balas de borracha e bombas contra os usuários de crack. Versão negada pela polícia e pelo governo.
"Dez carros da Polícia Civil fecharam a via e fizeram uma incursão desastrosa com bala de borracha e bomba", disse para o jornal, o secretário municipal da Segurança Urbana, Roberto Porto, que presenciou a ação da polícia.
A diretora do Denarc, Elaine Biasoli, por outro lado, negou que ação tenha sido desastrada ou que seus policiais tenham utilizado munição de borracha. Ela admite o uso apenas de bomba de efeito moral.
"Teve esse confronto por quê? Porque eles vieram para cima. Temos viaturas danificadas, policiais feridos", disse ela alegando que a ação foi legítima.
Segundo a delegada, as espingardas calibre 12, usadas para disparar balas de borracha, vistas no local estavam descarregadas: "Nós estamos sem bala de borracha. Nós fizemos o pedido, mas elas ainda não chegaram. [A espingarda] Era só para intimidar".
A delegada rebateu as críticas feitas pelo prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), negando que operação tenha sido "surpresa": " Nós temos ação diária, costumeira, rotineira, na cracolândia. Desde dezembro, prendemos 65 traficantes só na cracolândia".
(Com informações da Folha de S.Paulo)
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