Divulgação / Projeto do estádio de Al Wakrah, que será construído para a Copa de 2022 no Qatar
Como se já não bastassem todas as suspeitas pelo processo de escolha do Qatar para sediar a Copa do Mundo de 2022 e as dúvidas sobre em quais condições os jogadores terão que disputar o Mundial, um levantamento feito pelo jornal inglês The Guardian tornou ainda mais nebulosa a organização do evento. Em 2013, 182 trabalhadores envolvidos nas obras de infraestrutura morreram, segundo os números publicados pelo diário. Quando somados os últimos dois anos, esse número sobe para 382.
Como comparação, o Brasil teve seis mortes em obras para a Copa do Mundo deste ano – três em Manaus, duas em São Paulo e uma em Brasília.
Os 182 trabalhadores mortos no ano passado no Qatar eram do Nepal, pequeno país ao Sul da China e principal fornecedor de mão de obra barata para os empreendimentos qatarianos. As causas das mortes são diversas, como ataques cardíacos, suicídios, quedas e acidentes de trânsito.
Segundo relatos, os trabalhadores enfrentam condições precárias de trabalho e subsistência, com jornadas que superam 12 horas diárias e moradia em alojamentos superlotados. Além disso, há uma condição próxima à escravidão. Os passaportes são confiscados e os salários, retidos pelos chefes durante meses para evitar que os funcionários abandonem os cargos.
A pressão sobre a Fifa e os órgãos responsáveis pelas obras para mudanças no tratamento aos trabalhadores deve aumentar com os dados divulgados pelo The Guardian, números esses que ainda podem aumentar.
Em setembro de 2013, o mesmo jornal inglês divulgou uma matéria revelando a morte de 44 operários entre 4 de junho e 8 de agosto. Na época, o presidente da Fifa, Joseph Blatter afirmou que não fecharia os olhos para a situação.
O Ministério do Trabalho do Qatar contratou uma consultoria para analisar os casos, estudo que deverá ser divulgado nas próximas semanas. Leia mais em: http://zip.net/bnmbZr
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