O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse nesta sexta-feira, em Paris, não se preocupar com o suposto mal-estar causado entre seus colegas de Corte. Barbosa foi criticado por ter saído de férias sem expedir o mandado de prisão contra o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no processo do mensalão. Ele ainda cobrou decência da imprensa e contenção dos juízes. - Eu não estou preocupado com nada disso. O que eu tinha que falar eu já falei. Estou aqui seguindo a minha vida - disse Barbosa, na capital francesa, onde participou de um colóquio organizado pela Universidade Sorbonne. Joaquim Barbosa evitou responder perguntas sobre o caso. Na última quarta-feira, o ministro já havia dito que não expediu o mandado contra João Paulo Cunha por “falta de tempo”. O magistrado também negou que as prisões dos condenados no julgamento do mensalão estejam sendo realizadas em conta-gotas. - Não foram prisões conta-gotas. Foram feitas doze prisões. Cada caso é um caso. Nós estamos analisando a vida de pessoas e eu não cuido só disso - afirmou o magistrado. Sobre a reação do advogado de João Paulo Cunha, Alberto Toron, que chegou a qualificar a viagem à França de Barbosa como um “rolezinho em Paris”, ele disse ser vítima de uma grosseria. - Um advogado vir a público fazer grosserias preconceituosas contra um membro do judiciário que julgou seu cliente, é prova eloquente de um déficit civilizatório. Barbosa não quis comentar a atitude de seu antecessor no cargo, o ex-ministro e ex-presidente do STF, Nelson Jobim, que doou 10 mil reais para ajudar a pagar a multa à qual foi condenado o ex-deputado José Genoino por seu envolvimento no mensalão. Perguntado a respeito, o magistrado respondeu com uma careta. Durante o colóquio, Barbosa cobrou decência da imprensa e contenção dos juízes.(O Globo)
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