Funcionária cuida de plantação de maconha (Cannabis sativa) em uma loja no Colorado, EUA.
Cientistas na França descobriram uma molécula no cérebro que pode acabar com o “barato” de fumar maconha. Os resultados da pesquisa, publicada hoje na revista Science, poderão ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para dependentes, assim como beneficiar o uso terapêutico da droga, inibindo seletivamente alguns de seus efeitos negativos associados.
Os pesquisadores, liderados por um grupo do instituto Inserm, em Bordeaux, identificaram o hormônio pregnenolona como uma molécula que bloqueia naturalmente os efeitos do tetrahidrocanabinol (THC), o princípio ativo que produz a sensação de “barato” da maconha e seus efeitos colaterais, como aumento de apetite e perda de memória. Sem com isso, porém, cancelar outros efeitos biológicos e potencialmente benéficos da droga.
Em outras palavras: seria possível, teoricamente, fumar maconha para fins medicinais sem ficar doidão; ou cortar o barato de pessoas viciadas no uso recreativo da droga, como forma de tratamento contra a dependência. O estudo foi feito com ratos e camundongos e os dados ainda precisam ser validados em seres humanos para que se possa propor alguma intervenção desse tipo, o que exigirá mais vários anos de pesquisa.
Os resultados preliminares, porém, já foram suficientes para impressionar o cientista brasileiro Dartiu Xavier da Silveira, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Fiquei muito surpreso com o trabalho, no bom sentido”, disse. “Me mostrou muitas coisas novas.” Estadão
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