Com a recente acomodação do dólar na casa dos R$ 2,20, quem tem viagem planejada para o exterior começa a se perguntar se é hora ou não de comprar a moeda. A incerteza que aflige turistas — e até experientes operadores do mercado financeiro — é se o patamar atual da divisa norte-americana já é o piso das cotações ou se ainda há espaço para novas quedas. A dúvida se justifica porque, apenas um mês atrás, ela ultrapassava os R$ 2,45 e seguia em tendência de alta, mas inverteu rapidamente de direção depois que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciou que manteria inalterados os estímulos à maior economia do mundo. A decisão acalmou os ânimos e fez o dólar recuar frente às moedas de diversos países, entre eles o Brasil. Mas a pergunta que analistas se fazem é: até quando?
Para o diretor de Câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, não por muito tempo. “Hoje não há consenso quanto ao patamar que o dólar vai estar daqui a 60 dias. Porém não vejo muito espaço para uma queda maior que essa e há gente qualificada no mercado apostando que, muito em breve, o câmbio possa voltar rapidamente ao nível dos R$ 2,30”, disse. “Indo direto ao ponto”, reforçou, “é melhor pagar hoje R$ 2,22 do que correr o risco de comprar a R$ 2,30 daqui a alguns dias”, ponderou.
O dólar comercial fechou ontem em alta de 0,82% frente ao real, cotado a R$ 2,220 na venda. Apesar desse aumento, a tendência dos últimos dias tem sido de perda de força. Em setembro, até a quarta-feira, a divisa já havia perdido 5,21% do seu valor perante o real. Nesse período, a moeda brasileira foi a que mais se valorizou em relação à dos Estados Unidos em todo o mundo, segundo levantamento divulgado ontem pela consultoria de informações financeiras CMA. No ano, porém, a queda acumulada ainda é forte: de 10,05%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário