247 – Afinal, o julgamento da Ação Penal 470 faz parte ou não do processo eleitoral de 2012? Merval Pereira já abriu o jogo na sua coluna de hoje. Eliane Cantanhêde faz o mesmo, na Folha, ao dizer que José Serra tem como maior aliado o ministro Joaquim Barbosa. Leia:
O grande embate
BRASÍLIA - O grande embate -jurídico e eleitoral- terá seu principal lance hoje, com o voto do revisor Ricardo Lewandowski, que ontem condenou Delúbio Soares, absolveu José Genoino e deixou a corte e o país em suspenso quanto ao voto sobre José Dirceu. A condenação de Dirceu pelo relator Joaquim Barbosa não foi surpresa. A absolvição dele por Lewandowski também não será.
Enquanto isso, Dilma e Lula recorrem ao mantra de 2010, de que os governos petistas, e só eles, salvam os pobres deste país.
Em Brasília, ontem, enquanto Joaquim Barbosa dizia que fatos, testemunhas e reuniões palacianas colocam Dirceu, chefe da Casa Civil de Lula, "em posição central da organização" que comprava partidos e parlamentares no Congresso, o governo anunciava convenientemente a redução de 40% do número de miseráveis.
Em São Paulo, enquanto a campanha do PSDB martelava que a vitória de Fernando Haddad seria a volta de Dirceu, Genoino e Delúbio -todos eles condenados ontem por Joaquim-, a do PT mostrava Lula e Dilma repisando que os governos petistas cuidam dos pobres.
A campanha em São Paulo embolou, com a queda do líder Celso Russomanno, e tudo pode acontecer. Se Serra e Haddad confirmarem a velha polarização PT-PSDB no segundo turno, será mensalão contra "pobres".
O grande aliado de Serra é o carismático Joaquim Barbosa desfiando os podres do PT e condenando a antiga cúpula partidária. O maior empurrão de Haddad vem de Lula, Dilma, Lewandowski e da palavra-chave: "pobres".
A inclusão social da era Lula é uma realidade, mas contrapor mensalão a programas para pobres não deixa de ser uma atualização sofisticada e subliminar do "rouba, mas faz" de Adhemar de Barros, que parece sobreviver a tudo e a todos.
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