A Justiça da Holanda condenou nesta segunda-feira um homem, identificado apenas como Robert M., acusado de molestar ao menos 67 crianças de creches de Amsterdam. O chamado “Monstro de Riga” passará 18 anos na cadeia e será obrigado a permanecer em tratamento psiquiátrico por tempo indeterminado. Ele chegou a abusar de bebês com apenas semanas de vida e costumava divulgar seus crimes em vídeos e imagens na internet.
"Pela maneira e longo período em que cometeu os crimes, pela dor das vítimas e suas famílias, pelo método frio e calculista de sua operação, pela traição da confiança, pela divulgação de imagens e vídeos e pela tentativa de vender uma criança, todas essas coisas causaram um grande dano à Justiça", disse o juiz Frans Bauduin, ao ler o veredito. "A indignação é grande e não vai diminuir por um longo tempo ", reforçou o magistrado, que não concedeu nenhum recurso de redução de pena ao réu.
M. trabalhou em diversas creches e pré-escolas de Amsterdam, oferecia serviços de babá pela internet e admitiu ter abusado de outras crianças além das 67 vítimas pelas quais foi condenado. Ele foi preso em dezembro de 2010, após um alerta divulgado por autoridades americanas ao governo holandês. Depois de ser pego, o réu foi cooperativo durante o processo e chegou a afirmar que estava arrependido da prática dos abusos. No entanto, na audiência desta segunda-feira, ele mostrou a outra face de seu caráter e mandou o juiz “calar a boca”. Bauduin, o magistrado responsável, calmamente respondeu “Não. Agora você que vai ter que se calar” e continuou a ler a sentença.
O réu também jogou um copo de água contra o juiz quando este afirmou que o remorso de M. não era verdadeiro e só reforçara a sentença. Novamente, o magistrado reagiu com tranquilidade e apenas retirou um lenço de bolso para enxugar papéis molhados em sua mesa.
Tratamento psiquiátrico por tempo indeterminado pode se tornar uma condenação de prisão perpétua para aqueles que são considerados doentes mentais incuráveis na Holanda. M. ainda pode recorrer da decisão em algumas semanas, mas as chances de mudança do veredito são mínimas.
Autoridades da Holanda utilizam o material apreendido de M. para tentar desarticular a ação de uma rede de pedófilos internacional e emitir alertas a outros países. Richard van O., considerado parceiro de M. , foi condenado a seis anos de cadeia. Da Agência O Globo
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