Maioria dos adultos infectados desconhece que a transmissão pode ser feita pelo sexo oral; governo quer eliminar a sífilis congênita até 2015. Treponema pallidum: conhecida como bactéria espiroqueta, por causa de seu formato espiralado, é a causadora da sífilis (Thinkstock).
Cinco novos casos de sífilis em adultos são notificados por dia no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, unidade de referência em doenças infectocontagiosas no país. Em época de Carnaval, um dos dados levantados pelo Instituto é preocupante: a maioria dos pacientes infectados não sabe que a doença pode ser transmitida pelo sexo oral feito sem o uso de preservativo. O Ministério da Saúde quer eliminar a sífilis congênita, transmitida pela gestante ao recém-nascido durante a gravidez, até 2015.
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Sífilis -- Após o contato sexual, os sintomas da sífilis primária podem aparecer entre duas e três semanas. A doença se manifesta com pequenas lesões, que são chamados de “cancro duro”, não dolorosas, na vagina, no pênis, no ânus e na boca. Os sintomas tendem a desaparecer mesmo sem o tratamento devido e retornam depois de meses, seguindo para a segunda fase da doença. Nessa fase secundária, os sintomas voltam depois de meses ou, em alguns casos, semanas. Os principais sintomas são erupções, principalmente nas palmas da mão e na planta do pé, mas podem aparecer ainda em outras partes do corpo, e são acompanhadas de febre alta, falta de apetite e prostração. Durante todo esse período, o indivíduo contaminado pode continuar transmitindo a bactéria. As consequências podem levar a danos neurológicos graves como demência, meningite e dificuldade para andar, além das cardiopatias.
No levantamento do Emílio Ribas, a maioria dos infectados tem de 40 a 43 anos. De novembro a dezembro de 2011, foram diagnosticados 369 casos de sífilis – dos quais, 347 eram homens. Segundo David Uip, diretor do hospital, isso deve-se ao fato de que os homens conseguem visualizar as lesões com mais facilidade. Na mulher, as feridas costumam estar dentro do canal da vagina. "Há também pouca informação sobre a doença. Os pacientes surpreendem-se porque não têm ideia de que ela pode ser transmitida pelo sexo oral", diz David Uip, diretor do hospital.
Não existe hoje no Brasil um levantamento preciso sobre incidência de sífilis. O Emílio Ribas, por sua vez, ainda trabalha na compilação de dados de anos anteriores. Mas, de acordo com Mauro Romero Passos, presidente do Departamento de Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os números de sífilis são ainda relativamente altos no Brasil — embora estáveis. "O problema está no fato de que esses números deveriam estar em queda, não estáveis", diz.
Sífilis gestacional — Segundo o Ministério da Saúde, a notificação compulsória da sífilis vem sendo feita desde 2010. Como as informações são repassadas por blocos ao governo, o levantamento completo dos dados ainda não está pronto. A referência que se tem hoje para acompanhar a prevalência da doença são os casos de sífilis congênita, que tem notificação obrigatória desde dezembro de 1986 (com dados digitalizados apenas em 1996).
Na sífilis congênita, a doença pode ser transmitida para o feto por via placentária já a partir da nona semana da gestação. A taxa de óbito (aborto, natimorto, óbito neonatal precoce) é elevada, variando de 25% a 40% dos casos. Mais de 50% das crianças que nascem infectadas são assintomáticas. Os primeiros sintomas surgem geralmente nos primeiros 3 meses de vida.
Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em 2011 o governo federal já começou a distribuir testes rápidos para a detecção da sífilis em gestantes. "Para 2012, pretendemos distribuir 3,3 milhões desses testes rápidos, número que deve cobrir metade das cerca de 2,4 milhões de gestantes que temos ao ano", diz. Em 2013, as projeções apontam para uma cobertura de 75% das grávidas e, em 2014, perto dos 100%. “Assim, acreditamos que em 2015 a sífilis gestacional pode estar eliminada”, diz Barbosa.
Os dados do Ministério mostram uma situação muito desigual no Brasil. Enquanto a média nacional é de 2,3 casos para 1.000 nascidos vivos, os números oscilam entre estados e regiões. No Nordeste, por exemplo, enquanto o Ceará registra uma média de 4,9 / 1.000, o Maranhão apresenta média baixa (e irreal) de 0,8 / 1.000. "Acredito que essa diferença tenha um único motivo: a subnotificação", diz Barbosa.
Diagnóstico e tratamento -– No Brasil, o diagnóstico da sífilis é feito por exames de sangue. De acordo com Mauro Romero Passos, a doença costuma ter as primeiras manifestações clínicas após cerca de 21 dias do contágio. Mas, como a doença pode ser facilmente confundida com uma alergia ou uma irritação, os médicos precisam estar preparados para o diagnóstico.
Quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento forem feitos, menor o risco de complicações permanentes. O tratamento é feito com o uso de medicamentos antibióticos e o paciente deve permanecer em acompanhamento durante meses. O desaparecimento dos sintomas não é garantia de cura, que só pode ser avaliada pelo médico por meio de monitoramento clínico e laboratorial até que seja constatada a cura da doença. Fonte > http://veja.abril.com.br/noticia/saude
Não existe hoje no Brasil um levantamento preciso sobre incidência de sífilis. O Emílio Ribas, por sua vez, ainda trabalha na compilação de dados de anos anteriores. Mas, de acordo com Mauro Romero Passos, presidente do Departamento de Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os números de sífilis são ainda relativamente altos no Brasil — embora estáveis. "O problema está no fato de que esses números deveriam estar em queda, não estáveis", diz.
Sífilis gestacional — Segundo o Ministério da Saúde, a notificação compulsória da sífilis vem sendo feita desde 2010. Como as informações são repassadas por blocos ao governo, o levantamento completo dos dados ainda não está pronto. A referência que se tem hoje para acompanhar a prevalência da doença são os casos de sífilis congênita, que tem notificação obrigatória desde dezembro de 1986 (com dados digitalizados apenas em 1996).
Na sífilis congênita, a doença pode ser transmitida para o feto por via placentária já a partir da nona semana da gestação. A taxa de óbito (aborto, natimorto, óbito neonatal precoce) é elevada, variando de 25% a 40% dos casos. Mais de 50% das crianças que nascem infectadas são assintomáticas. Os primeiros sintomas surgem geralmente nos primeiros 3 meses de vida.
Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em 2011 o governo federal já começou a distribuir testes rápidos para a detecção da sífilis em gestantes. "Para 2012, pretendemos distribuir 3,3 milhões desses testes rápidos, número que deve cobrir metade das cerca de 2,4 milhões de gestantes que temos ao ano", diz. Em 2013, as projeções apontam para uma cobertura de 75% das grávidas e, em 2014, perto dos 100%. “Assim, acreditamos que em 2015 a sífilis gestacional pode estar eliminada”, diz Barbosa.
Os dados do Ministério mostram uma situação muito desigual no Brasil. Enquanto a média nacional é de 2,3 casos para 1.000 nascidos vivos, os números oscilam entre estados e regiões. No Nordeste, por exemplo, enquanto o Ceará registra uma média de 4,9 / 1.000, o Maranhão apresenta média baixa (e irreal) de 0,8 / 1.000. "Acredito que essa diferença tenha um único motivo: a subnotificação", diz Barbosa.
Diagnóstico e tratamento -– No Brasil, o diagnóstico da sífilis é feito por exames de sangue. De acordo com Mauro Romero Passos, a doença costuma ter as primeiras manifestações clínicas após cerca de 21 dias do contágio. Mas, como a doença pode ser facilmente confundida com uma alergia ou uma irritação, os médicos precisam estar preparados para o diagnóstico.
Quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento forem feitos, menor o risco de complicações permanentes. O tratamento é feito com o uso de medicamentos antibióticos e o paciente deve permanecer em acompanhamento durante meses. O desaparecimento dos sintomas não é garantia de cura, que só pode ser avaliada pelo médico por meio de monitoramento clínico e laboratorial até que seja constatada a cura da doença. Fonte > http://veja.abril.com.br/noticia/saude
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