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domingo, 5 de julho de 2015

Padre pode ser punido por defender relação homoafetiva

Quais os limites impostos pela Igreja Católica aos próprios padres? Eles têm o direito de se posicionar ou fazer pregações em defesa de questões como a homossexualidade, por exemplo, durante as missas? 
Neste caso, pode haver algum tipo de advertência ou punição? Estas foram algumas das dúvidas suscitadas na semana passada, quando o conteúdo de um folheto distribuído pelo padre Paulo Sérgio Bezerra, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera-SP, ganhou repercussão nacional. Distribuído antes da missa dominical realizada no dia 21 de junho, a parte dedicada à Oração dos Fiéis traz um trecho em que pede o "enfrentamento à ofensiva homofóbica, fundamentalista e histérica presente no Congresso Nacional". O texto diz ainda: "Suplicamos para que cesse no Brasil a criminalidade sexual, e a todas as pessoas sejam garantidos os direitos quanto à orientação da própria sexualidade". O folheto foi compartilhado nas redes sociais e provocou reações favoráveis e contrárias. Aos jornais, o padre declarou que a oração foi feita como parte da programação do septenário dominical. As provocações da vida e as respostas da fé, que promove vários debates na paróquia ao longo dos domingos de maio a junho. Segundo ele, o próprio papa Francisco desencadeou a oportunidade de eles, os padres, falarem livremente sobre o assunto nos próprios posicionamentos. De acordo com as normas e a hierarquia da Igreja Católica, os padres estão submetidos à autoridade de um bispo local. Este líder religioso tem autonomia para aceitar posturas do pároco ou aplicar-lhe as sanções que considerar necessárias. O futuro do pároco Paulo Bezerra ainda é incerto, mas no caso do padre Roberto Francisco Daniel, 50, conhecido como padre Beto, a pena foi severa: a excomunhão. O sacerdote foi punido em abril de 2013, pela Diocese de Bauru (SP), após divulgar vídeos na internet onde defendia temas polêmicos, como a união entre homossexuais e a necessidade de mudanças na estrutura da igreja. Expulso, padre Beto não pode mais frequentar missas, nem como fiel comum, mas não perdeu o título de padre, o que ainda lhe dá o direito de realizar casamentos. Sem a censura da instituição religiosa, passou a celebrar uniões entre casais homossexuais por todo o Brasil. O mais recente ocorreu no último dia 27, em Vitória, no Espírito Santo, o terceiro na carreira dele. O primeiro foi em Jaú (SP) e o segundo, em Belém (PA). A excomunhão só seria revista caso padre Beto pedisse perdão pelos atos que culminaram com a pena. "Não pedi perdão e não pediria, porque não desejo voltar. Hoje, posso seguir o mandamento de Cristo "ama a Deus e ao próximo como a si mesmo" mais livremente. Estou mais feliz", diz. (Jornal A Tarde)

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