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domingo, 26 de julho de 2015

Crianças Invisíveis

Os atores mirins Matheus Braga e Kalebe Figueiredo continuam impedidos de atuar no espetáculo Memórias de um Gigolô, de Miguel Falabella. A decisão é de um juiz do TRT da 2ª região. Segundo o magistrado, a peça contém linguagem inadequada que poderia trazer danos psíquicos às crianças. 

Para o diretor Miguel Falabella, proibir o trabalho dos atores é uma hipocrisia.

Sua Excelência, o juiz, foi além. Também proibiu os apresentadores Ana Julia Souza e Matheus Ueta de apresentem um programa infantil no SBT. 

Justiça seja feita: as crianças estão sob a guarda dos pais, estão matriculadas e frequentam a escola. São atores, tem um trabalho artístico, tem talento, gostam do que fazem e estão sendo acompanhadas de perto pelos responsáveis...

É de se perguntar: porque a Justiça e o Ministério Público estão tão focados nos palcos do teatro e da TV, quando na vida real, a infância brasileira continua marginalizada e esquecida?

Fora do mundo das artes, milhões de crianças realmente vulneráveis estão à espera de proteção do poder público.

Estatísticas nos dizem que milhares vivem como escravas no Brasil. Mais de quinhentas mil crianças trabalham na indústria do sexo. No ano passado, o disque 100 recebeu 24.500 denúncias de violência sexual contra meninos e meninas. Em cinco anos, aumentou em 38 por cento o número de menores no mundo do crime. Vinte e cinco mil crianças vivem largadas nas ruas. Porque essas crianças são invisíveis aos olhos do poder público?

Onde estão as nossas autoridades que não enxergam os órfãos, famintos, abusados, drogados, abandonados, escravizados, prostituídos? 

Convido Sua Excelência, o zeloso magistrado do TRT, a se tornar guardião da infância perdida que não se vê nos tablados ou nas telas da TV.
@rachelsherazade - facebook.com/rachelsheherazadejornalista

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