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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Médicos alemães testam remédio cardíaco contra ebola

Zoom Dosso/AFP/Edward Taylor, da REUTERS
Funcionários do centro de tratamento do ebola da ONG Médicos sem Fronteiras em Monróvia, Libéria

Frankfurt - Médicos da Alemanha disseram nesta quarta-feira que um paciente infectado com ebola se recuperou depois que recebeu uma droga experimental inicialmente concebida para tratar de problemas vasculares e ajudar vítimas de ataques cardíacos.

Os médicos do Hospital da Universidade de Frankfurt afirmaram que o paciente, que foi levado à cidade alemã depois de trabalhar com vítimas do ebola em Serra Leoa, recuperou-se depois de receber a droga chamada FX06, desenvolvida por cientistas do Hospital Geral de Viena, na Áustria.

O paciente, cujo sistema imunológico estava enfraquecido pelo vírus, ainda está internado, informaram os médicos em uma coletiva de imprensa, e continuará em Frankfurt até recuperar suas forças.

Embora os médicos tenham afirmado que o sucesso com o paciente indica que a FX06 pode ser um tratamento em potencial para o ebola, os cientistas austríacos que a desenvolveram disseram em um comunicado em seu site que outro paciente com a doença, tratado na cidade de Leipzig com o mesmo medicamento, morreu “devido a uma hemorragia generalizada”.

Apesar disso, acrescentaram, “há boas razões para acreditar que a droga tem um efeito benéfico como tratamento de apoio a pacientes com Ebola”.

Em vez de atacar o vírus, o hospital de Frankfurt afirmou que o tratamento procurou mitigar o dano causado pelo patógeno aos órgãos.

De acordo com seus criadores, a FX06 é uma droga experimental desenvolvida para deter o vazamento de fluido de plasma dos vasos sanguíneos, que foi o que aconteceu com o paciente de Frankfurt.

O medicamento está sendo testado em humanos para tratar algumas sequelas de ataques cardíacos.

“Os pacientes precisam sobreviver entre 10 e 12 dias, até seus corpos terem tido tempo suficiente para desenvolver anticorpos para o Ebola”, disse Timo Wolf, especialista em doenças infecciosas que cuidou do paciente, em uma coletiva de imprensa em Frankfurt nesta quarta-feira.

Vários tratamentos experimentais para o ebola estão sendo acelerados através de desenvolvimento e exames em um esforço para encontrar algo que ajude a controlar a epidemia da febre hemorrágica que assola três países do oeste africano.

Alguns já foram usados em pacientes nos Estados Unidos e na Libéria, mas os médicos afirmam que não podem ter certeza sobre sua eficácia, já que alguns pacientes podem se recuperar do ebola se seu sistema imunológico for capaz de lutar e expulsar o vírus.

Entre os tratamentos em potencial está o Avigan, ou favipiravir, da farmacêutica japonesa Fujifilm, concebido originalmente como remédio contra a gripe, um medicamento chamado Zmapp, desenvolvido pela Mapp Biopharmaceuticals nos EUA, e uma quarta droga em potencial batizada de TKM-Ebola sendo desenvolvida pela Tekmira.

O ebola já matou mais de cinco mil pessoas no surto atual, o maior da história, sendo a maioria dos casos e das mortes na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné.

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