O médico e terapeuta sexual João Borzino diz que a atividade sexual é capaz de reduzir a enxaqueca
Quem nunca viu um filme ou novela que a personagem deixa de transar por estar com dor de cabeça. Mas o sexo pode ser uma anagélsico natural para a enxaqueca. Ainda é possível, o contrário. Alguns indivíduos se queixam de cefaléia pós-coito.
"O sexo pode, de fato, aliviar dores de cabeça para algumas pessoas. Estudos mostram que durante o orgasmo, há um aumento na produção de endorfinas, conhecidas como “hormônios da felicidade.” Essas substâncias têm efeitos analgésicos, ou seja, ajudam a reduzir a percepção da dor. De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade de Münster, na Alemanha, cerca de 60% dos participantes com enxaqueca relataram que a atividade sexual proporcionou algum alívio das dores. Esse efeito se deve principalmente ao aumento do fluxo sanguíneo no cérebro e à liberação de endorfinas, que atuam no sistema nervoso central reduzindo a dor e trazendo uma sensação de bem-estar", explica o médico e terapeuta sexual João Borzino.
Borzino enfatiza que esse alívio não atinge todas as pessoas. "Os efeitos do sexo sobre a dor de cabeça variam de pessoa para pessoa. O alívio da dor de cabeça por meio da atividade sexual é mais comum em pessoas com dores de cabeça tensionais e enxaquecas. No entanto, não é uma solução universal. Para algumas pessoas, especialmente aquelas que lidam com enxaquecas crônicas, a relação sexual pode não ter efeito algum ou até piorar o quadro. Segundo um estudo publicado na *Cephalalgia*, cerca de 33% das pessoas com enxaquecas experimentam um agravamento da dor após o sexo, o que sugere que o efeito da prática sexual sobre a dor é bastante individualizado e depende de fatores como a intensidade da dor pré-existente, o estado emocional e o ambiente no qual a relação ocorre".
No entanto, o sexo, ao invés de melhorar, pode também causar dores de cabeça. "É comum para algumas pessoas experimentarem dores de cabeça pós-coito, conhecidas como cefaleias coitais. Essas dores geralmente surgem durante o clímax ou logo após o orgasmo e podem variar de uma leve pressão na cabeça a dores intensas e agudas. Esse tipo de dor é mais comum em homens do que em mulheres e pode ter uma explicação fisiológica: o aumento da pressão arterial e a tensão muscular durante o sexo podem desencadear uma resposta dolorosa no cérebro"
Ele ressalta que sempre há de se fazer o principal e mais grave diagnóstico diferencial. "Aneurisma Cerebral. Sempre que há queixa de cefaléia no orgasmo temos que descartar a possibilidade de tal enfermidade. Sempre", alerta.
João Borzino afirma que em alguns casos, a dor de cabeça pós-sexo pode ser relacionada a fatores psicológicos, como ansiedade ou estresse. "A antecipação de desempenho, preocupações com o relacionamento ou outras inseguranças podem contribuir para o aumento da tensão muscular e vascular, o que culmina em uma dor de cabeça após o ato".
O terapeuta elencou algumas estratégias que podem ajudar a prevenir ou aliviar as dores de cabeça relacionadas ao sexo:
1. Aquecimento gradual: Antes de atingir o clímax, vá devagar e tente prolongar a fase de excitação para permitir que o corpo se ajuste às mudanças de pressão e tensão.
2. Técnicas de relaxamento: Pratique exercícios de respiração profunda ou meditação antes da atividade sexual para reduzir a tensão muscular e acalmar o sistema nervoso.