Roberto Oliveira*Colaboração para o UOL, em Recife
Reprodução / Facebook
Diego Souza disse que não se sentiu respaldado no Sport em momento de dificuldade
A novela que se arrastou por semanas, enfim, terminou. E com fim positivo para os torcedores do Sport: Diego Souza permanece na Ilha do Retiro. Só que o desfecho da trama, que deveria ser de paz na Ilha do Retiro, teve contorno amargo para a diretoria pernambucana, principal alvo do jogador no "Dia do Fico". Ele não poupou críticas.
"Não me senti protegido aqui dentro do clube no momento de dificuldade em função do meu problema. Todos nós temos esse tipo de problema. Calhou de ser na minha sétima partida. Coincidência. Não me respeitaram no momento que precisei. Me senti desprestigiado pela diretoria e isso me fez ficar muito chateado", disparou Diego.
O principal motivo da chateação do jogador com a diretoria do Sport foi o episódio de sua viagem ao Rio de Janeiro no sábado (8) passado. Após reunião entre o empresário do jogador e o diretor executivo do clube, na sexta (7), no Rio, Diego alegou problemas pessoais à diretoria e pediu dispensa para viajar à capital carioca. Ficou, assim, fora da partida contra o Coritiba na segunda (10), que seria sua sétima no Brasileirão e o impediria de atuar por outra equipe na competição.
Naquele momento, ele não explicou a natureza dos problemas pessoais. Foi o suficiente para alimentar os rumores sobre seu adeus ao Sport. Na própria segunda, em entrevista à Rádio Jornal, o presidente do Sport, Arnaldo Barros, afirmou que esperava o retorno de Diego para o dia seguinte e chegou até mesmo a falar que tomaria "as medidas judiciais cabíveis" caso o atleta não retornasse ao Recife. Após faltar ao treino de terça (11), quando tinha seu retorno aguardado, ele reapresentou-se no clube na quarta (12).
Diego diz que não sentiu sua palavra, de que viajou a Rio apenas por motivos pessoais, respaldada pelo comando rubro-negro. "Eu nunca precisei mentir aqui dentro em relação a nada. Sempre mantive meu caráter, raramente machucado, muitos jogos durante a temporada. Exemplos para essa juventude. E carreguei essa bandeira do Sport comigo, tanto dentro quanto fora de campo. Em todos os sentidos. Aconteceram coisas, nesses dias que acabei passando por um momento de dificuldade, que me deixaram muito triste. Triste de verdade. Nunca estive tão triste desde que cheguei no Sport", afirmou.
"Mandei uma mensagem para o presidente e ele me respondeu. E no momento de resolver um problema particular, calhou de ser no meu sétimo jogo. Coincidência", completou.
D. Souza não cravou permanência e novela se arrastou
A postura de Diego Souza, incisivo contra a própria diretoria no momento do anúncio da permanência, que deveria ser de paz, é uma inversão de papéis. Até o anúncio do "fico", a direção sempre tratou abertamente o caso como resolvido, pelo menos no que lhe dizia respeito. Desde que surgiu o interesse do Palmeiras, o Sport avisou que não tinha intenção de vender o jogador por dinheiro algum.
Indiretamente, os cartolas deixavam para o próprio Diego Souza a decisão sobre o futuro. Se quisesse de fato ir ao Palmeiras, o jogador teria de fazer força para isso. Ele mesmo reclamou da posição em que ficou. "Existiu uma cláusula de saída sim, mas eu nunca falei dela com ninguém. Ela era muito clara e direta, a minha saída do Sport custaria 1,6 milhão de euros. E o Diego em momento algum forçou uma saída para ganhar 1,6 milhão de euros. Não fez proposta, contraproposta, nada. E o que mais me deixou chateado era que as pessoas ficavam me pedindo um posicionamento", disse Diego.