*Celso Tracco
Já é consenso geral que a máquina pública brasileira é insustentável em relação ao que o país arrecada. Os gastos com salários, aposentadorias, pensões, verbas de gabinete, contratação de assessores, privilégios, mordomias, festas etc. é um escandaloso e abjeto desperdício de dinheiro do contribuinte que, em contrapartida, não tem segurança, escola, hospitais, creches, estradas decentes, infraestrutura.
Não tem direito a uma vida digna e nem esperança de um futuro melhor. Por máquina pública entendemos os três poderes: legislativo, executivo e judiciário e os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. Perto de 80% da arrecadação de impostos vai para alimentar essa monstruosidade que, aliás, só cresce. Um escândalo sem tamanho, um peso insuportável que a população carrega e que só será eliminado com uma mudança do sistema político brasileiro.
Vejamos alguns dados novos sobre os municípios brasileiros, onde a vida dos contribuintes acontece. O Brasil possui 5.570 municípios e, destes, cerca de 1.400 têm até 5.000 habitantes; 1.300 têm de 5.001 até 10.000 habitantes, e cerca de 1.400 de 10.001 até 20.000 habitantes. Por lei, esses 4.100 municípios precisam ter, no mínimo 9 vereadores.
Pergunta: o que um vereador pode fazer, politicamente, em uma cidade de 10.000 habitantes? Agora vamos imaginar porque se precisa de 9 vereadores! Isto significa que temos um vereador para, praticamente, cada 1.000 habitantes! Será que essa proporção é a mesma para médicos, dentistas, polícia militar, escolas, e outros serviços essenciais? Será que essa é a proporção de professores qualificados nessas pequenas cidades?