por Ricardo Brandt | Estadão Conteúdo
Relatório da Polícia Federal indica que executivos ligados à empreiteira Odebrecht usavam em suas correspondências a palavra 'acarajé' como senha para entrega de valores supostamente ilícitos. O resgate de e-mails trocados entre alvos da 23.ª etapa da Operação Lava Jato, deflagrada na última segunda-feira (22) mostra que esse tipo de expediente foi usado para blindar transações. A alusão ao famoso quitute baiano encontrada nos registros de conversas, deu nome à operação, chamada de Acarajé, que culminou com a prisão do publicitário João Santana e de sua mulher e sócia, Mônica Moura, marqueteiros das campanhas presidenciais de Lula (2006), Dilma (2010 e 2014). Santana e Mônica, que estavam a trabalho na República Dominicana, se entregaram à PF na terça-feira, 23, quando voltaram ao Brasil. Segundo o relatório, quem providenciava os 'acarajés' era a secretária da Odebrecht Maria Lúcia Guimarães Tavares que, aponta a PF, operava contabilidade paralela da empreiteira. "Tio Bel, você consegue me fazer chegar mais 50 acarajés na 4.ª feira à tarde (por volta das 15hs) no escritório da OOG, no Rio? Estou no México, mas chego de volta na 4.ª de manhã", solicitou Roberto Prisco Paraíso Ramos a Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho em mensagem do dia 27 de janeiro de 2014, às 14h33. Em outra mensagem, de 29 de outubro de 2013, Ramos havia feito solicitação semelhante, usando o mesmo código. "Meu Tio, Vou estar amanhã e depois em SP;