Do UOL, em Maceió
Reunidos em Maceió nesta terça-feira (30), os presidentes de associações municipalistas do Nordeste criticaram uma possível falta de ação do governo federal na região para conter os efeitos da maior seca dos últimos 50 anos. Para eles, há uma inércia que causaria "fome" e "miséria" na região.
Em uma carta divulgada no início da noite, eles "lamentam a não inclusão dos municípios como agentes executores e demonstram sua insatisfação diante da falta de respostas do Governo Federal a reivindicações já feitas e que, se implementadas, já poderiam ter mudando a triste e cruel realidade por que passam quase 10 milhões de pessoas de forma direta".
Mais críticas
"O cenário de miséria, fome e perdas na agropecuária continua inalterado, impactando negativamente em todo o país, pressionando o índice inflacionário e provocando o desabastecimento de produtos da cesta básica, mesmo com as chuvas ocasionais que têm caído em parte no Nordeste", complementa a "Carta de Alagoas".
Os prefeitos ainda alegam que há uma centralização de recursos, que fazem com que os municípios sejam "meros expectadores". Eles pedem para ser "agentes ativos" para "devolver ao Nordeste e sua brava gente, opções de vida, trabalho e a oportunidade de contribuir com o desenvolvimento da Nação."
Os municípios dizem que a "demanda assistencial tem aumentado sem contrapartida financeira."
Segundo os prefeitos, existe uma crise nas prefeituras por conta da queda do repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).
Na carta, os prefeitos ainda fazem uma série de pedidos, como a desburocratização e mais ações emergenciais e estruturantes em parceria com os municípios, como perfuração de poços, compra de reação aninam e mais carros-pipa.
Mobilização
Os prefeitos prometeram uma mobilização no dia 13 de maio, com a paralisação de todos os serviços não-essenciais. No dia seguinte, está prevista uma mobilização nacional, em Brasília, para entrega de um documento oficial a Casa Civil, Senado e Câmara com todas as reivindicações.