Banco encerrou mais de 1.400 unidades físicas em um ano; sindicatos denunciam demissões em massa e prejuízo a idosos e moradores do interior.
Por Pedro Lucas Cavalcante / fortenanoticia

A medida desencadeou uma série de protestos em diversas regiões durante o Dia Nacional de Luta, realizado em 19 de novembro, mobilizado por sindicatos de bancários.
O ciclo de fechamentos ocorre em meio à forte digitalização do setor financeiro. Dados da Febraban mostram que sete em cada dez operações bancárias foram feitas pelo celular em 2023. O Pix seguiu liderando as movimentações, com 63,8 bilhões de transações em 2024.
Com isso, o Bradesco e outras instituições justificam o enxugamento da rede física pela queda na demanda por atendimento presencial.
Sindicatos, porém, contestam essa narrativa, argumentando que o impacto é mais amplo. Na Bahia, mais de 130 agências foram encerradas nos últimos cinco anos, obrigando moradores a percorrer até 50 km para realizar serviços básicos. Um levantamento sindical também aponta que o Bradesco demitiu 2.466 funcionários entre janeiro e julho de 2025 — média de 11,74 desligamentos diários.
A pressão contra a redução da rede física já chegou ao Judiciário. No Maranhão, o TJ-MA suspendeu o fechamento de 16 agências em abril, após ação movida pelo Procon estadual.
Na Bahia, onde 134 unidades foram encerradas entre 2020 e maio de 2025, sindicatos tentam decisões semelhantes. O cenário é crítico: 47,72% dos municípios baianos já não possuem qualquer agência bancária.
O avanço dos cortes, somado às demissões, gera preocupação entre clientes e trabalhadores. Representantes sindicais afirmam que muitos idosos, moradores da zona rural e pessoas sem acesso à internet correm risco de ficar sem atendimento.
As entidades prometem intensificar as mobilizações nos próximos dias, cobrando que o Bradesco adote uma transição mais responsável para o modelo digital, garantindo que a população que ainda depende do atendimento presencial não fique desassistida.
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