Veja como rótulos falsos foram usados para controlar pessoas ao longo da história
Via NPExpresso

A criação de doenças para controlar pessoas
No século XIX, rótulos como drapetomania e disestesia etiópica tentaram transformar a fuga e o cansaço dos escravizados em “distúrbios”. O mesmo ocorreu com a dromomania, usada contra trabalhadores que viajavam buscando nova vida. Outros termos, como “insanidade moral”, serviram para punir mulheres que questionavam padrões. A histeria, por séculos usada como justificativa para mutilação e violência, só caiu de vez em 1980. A “síndrome pós-aborto”, criada por grupos religiosos nos anos 1970, nunca teve respaldo científico e ainda aparece em discursos conservadores.
Os rótulos que refletiam moral, preconceito e controle social
Monomania, neurastenia e nostalgia foram usadas para enquadrar comportamentos que fugiam da norma. A monomania chegou a influenciar julgamentos criminais até virar um termo inútil. A neurastenia virou moda entre homens ricos e justificava supostos “desgastes” da vida moderna, ignorando fatores sociais.
Já a nostalgia, tratada como doença por dois séculos, nada mais era do que saudade. A chamada síndrome de alienação parental, criada em 1985, segue sendo usada para desacreditar vítimas de violência e carece de qualquer evidência. A homossexualidade só deixou os manuais de “transtornos mentais” em 1973, e da OMS em 1990, depois de décadas de perseguição.
A reflexão que fica
O passado mostra como falsas doenças serviram para legitimar abusos, manipular comportamentos e reforçar hierarquias. A história desses rótulos é um alerta: quando ciência e poder caminham juntos sem crítica, vidas são esmagadas. Como disse Nelson Mandela, seremos lembrados por fazer o certo ou por virar as costas para quem precisa.
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