Somente nos sete primeiros meses de 2025, estado já teve um aumento quase dez vezes maior em relação a 2024; saiba como se prevenir
Doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti | Pixabay
Wagner Lauria Jr., com informações do JC

Somente nos sete primeiros meses de 2025, o estado já confirmou mais de 150 casos desse tipo de dengue, um aumento quase dez vezes maior em relação aos 17 casos registrados ao longo de 2024 – e mais de 35 vezes em comparação com os apenas quatro casos contabilizados em 2023.
Mas, afinal, o que é a dengue tipo 3? E por que ela preocupa tanto?
Entenda a dengue tipo 3
Existem quatro sorotipos diferentes de dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 e todos eles podem produzir formas assintomáticas, brandas e graves da doença. O DENV-3, no entanto, é historicamente associado a quadros mais severos, com maior risco de complicações e óbitos, principalmente em pessoas que já foram infectadas por outro sorotipo no passado.
Isso ocorre porque, quando uma pessoa contrai a dengue por um sorotipo e depois é infectada por outro diferente, o sistema imunológico pode reagir de forma mais intensa, o que aumenta o risco de dengue grave, também chamada de dengue hemorrágica.
"A queda nos números da dengue teve uma inversão nas últimas semanas, saindo de uma tendência de redução para um cenário de estabilidade ou aumento. Esse comportamento coincide com a maior circulação do DENV-3", explica Eduardo Bezerra, diretor de Vigilância Ambiental da SES-PE.
Uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes ao longo da vida, já que ser infectada por um dos sorotipos não garante imunidade aos outros.
Circulação e regiões afetadas
A circulação do sorotipo 3 foi detectada em diferentes áreas do estado, incluindo a Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão. Esse padrão já configura um comportamento epidêmico, segundo as autoridades sanitárias.
Ações de resposta e prevenção
Diante do risco, a secretaria intensificou as ações de vigilância e mobilizou agentes de saúde para reforçar o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Um informe técnico foi encaminhado aos serviços de saúde e prefeituras com orientações sobre o monitoramento dos casos, coleta de amostras para diagnóstico e identificação do tipo viral.
Além disso, a população é convocada a colaborar com ações simples de prevenção, como:Eliminar recipientes que acumulam água parada;
Tampar caixas d'água e manter calhas limpas;
Trocar frequentemente a água dos animais;
Guardar garrafas com a boca para baixo;
Evitar o acúmulo de entulhos e manter a lixeira sempre tampada.
Sintomas e atendimento
A dengue tipo 3 provoca os mesmos sintomas clássicos da doença, como febre alta, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, manchas na pele, náuseas, vômitos e dor atrás dos olhos. Diante desses sinais, é essencial procurar atendimento médico imediato, especialmente para evitar o agravamento da doença.
Vacinação
Outra frente de combate é a vacinação contra a dengue, já disponível em 48 municípios de Pernambuco, nas regiões de saúde I, V e VII. O público-alvo são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, grupo com maior risco de hospitalização.
No total, mais de 312 mil pessoas estão aptas a receber as duas doses do imunizante no Estado. No entanto, para o infectologista Renato Grinbaum, a doença os principais pilares da prevenção continuam sendo as medidas de prevenção.
Todo mundo pode receber a vacina?
Apesar de o Ministério da Saúde ter definido um grupo prioritário, a Qdenga é indicada para a prevenção da dengue em pessoas dos 4 aos 60 anos (mas há restrições; veja mais abaixo) e é comercializada pela rede privada.
Os valores do imunizante variam de estado para estado. Em um levantamento feito pelo SBT News, foram encontradas doses com preços entre R$ 349 e R$ 490. Como são necessárias duas doses, o esquema completo pode custar até R$ 980.
O imunizante pode ser encontrado em farmácias, laboratórios e clínicas de vacinação de todo o país.
Quem não pode se imunizar?Quem apresentou hipersensibilidade a qualquer componente da formulação ou após dose anterior de Qdenga;
Pessoas com imunodeficiências primárias ou adquirida;
Pessoas que vivem com o vírus HIV, sintomáticas ou assintomáticas;
Gestantes e lactantes (mulheres que estão amamentando).
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