Rinaldo de Oliveira
Um hospital de Porto, em Portugal, realizou pela 1ª vez um transplante renal com pessoas incompatíveis e deu certo. Eles são marido e mulher.
Foto: SIC Notícias

Durante 30 anos, Ana Augusto conviveu com insuficiência renal. Depois que os remédios pararam de fazer efeito, ela iniciou sessões de hemodiálise. Aí entrou para a lista dos transplante e começou uma grande angústia. Até que o marido dela se ofereceu para doar um rim, mesmo sabendo que os tipos sanguíneos eram diferentes.
E o que parecia impossível deu certo. O Hospital de São João, em Porto, usou uma nova técnica, chamada HLA. Eles filtraram os anticorpos do sangue antes da cirurgia e o novo órgão pegou.
Vida difícil
O caso de ana ficou mais grave depois que remédios pararam de funcionar e o transplante se tornou a única opção para salvar a vida da mulher. A dificuldade de encontrar um doador compatível preocupou a equipe médica e a família. Mas a virada veio da forma mais surpreendente.
A nova técnica transformou o rim do marido dela, em compatível: “Fui informado com uma chamada telefônica da minha esposa dizendo que a doutora lhe tinha dito que o meu rim ia ser doado diretamente a ela. Fiquei muito feliz”, disse o homem em entrevista à SIC Notícia.
O caso vitorioso, que ocorreu em fevereiro, foi divulgado na semana passada e agora a mulher se recupera em casa.
Novo método
A equipe resolveu apostar em algo novo no Hospital de São João.
O tratamento é feito alguns dias antes da cirurgia e pode ocorrer enquanto a paciente segue em hemodiálise.
Durante o procedimento, a equipe médica “limpa” o sangue e retira os anticorpos que poderiam rejeitar o novo órgão. E isso muda o rumo do transplante.
Segundo a nefrologista Ana Cerqueira, do Hospital de São João, o método é seguro, bem tolerado e representa um avanço que pode beneficiar muita gente.
Em Portugal, há atualmente 1.821 pessoas na fila por um rim.
No Brasil
O rim é o órgão com a maior fila de espera no Brasil.
São pelo menos 42 mil pessoas aguardando pelo órgão, segundo o Ministério da Saúde.
Em 2024, foram realizados 6.316 transplantes desse tipo no país, pouco mais do que em 2023.
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