Foto: Reprodução Secom Bahia / Creative Commons
Médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do foram flagrados durante três madrugadas cometendo irregularidades na carga horária e escalas de plantões, no Rio Grande do Sul. O escândalo na saúde pública gaúcha foi exibido no programa Fantásticos deste domingo (27).
A matéria exibiu a investigação que acompanhou o funcionamento da central do SAMU, que funciona em Porto Alegre (RS), mas que atende a chamados de mais de 200 cidades do Rio Grande do Sul. A investigação apontou que médicos não cumprem integralmente a carga horária estabelecida, trabalham menos do que deveriam e chegam atrasados em plantões. Alguns dos profissionais citados na matéria trabalham somente de duas horas a quatro horas em plantões que deveriam durar 132 horas. Por BN
A apuração mostrou ainda que em média, de cada 100 horas que os médicos reguladores deveriam trabalhar presencialmente, 60 não eram cumpridas. No entanto eles recebiam as 60 horas sem prestar nenhum atendimento. Ao monitorar o caso, a investigação indicou que a direção da central de regulação abonava as faltas irregularmente e alegava "problemas na marcação pelo relógio de ponto."
No dia 27 de junho, outra médica chega por volta de meia-noite ao local e encerra o plantão às 4h, obtendo somente quatro horas de trabalho em uma jornada que seria de 12 horas.
A reportagem mostrou também que no dia 6 de junho não havia nenhum médico atendendo na central. Foi neste dia, que o enfermeiro Cleiton Felix estava de plantão e denunciou que durante toda a madrugada, de um total de sete médicos que deveriam estar no local, só uma apareceu. De acordo com o enfermeiro, a médica não atendeu ninguém entre 5h58 e 6h29, apesar do acúmulo de pedidos de socorro.
"A única plantonista que se encontrava de plantão sumiu. Foi dormir, foi não sei aonde, ela desapareceu do plantão. Até que ela voltou. Depois que acabou o plantão, que aquele tumulto passou, eu fiz uma comunicação direta as chefias e nenhuma conduta foi tomada", explica Cleiton.
Nenhum dos médicos citados na reportagem do Fantástico respondeu às denúncias. Já os responsáveis pela central de regulação do SAMU do Rio Grande do Sul se pronunciaram sobre a denúncia. Jimmy Herrera, coordenador médico, confessou que sabia do caso mas que não teria “ dedicação exclusiva a central”.
"Eu não tenho dedicação exclusiva. Eu tenho isenção de ponto justamente porque eu estou à disposição do SAMU 24 horas por dia, sete dias da semana, né?”
O diretor do departamento de regulação do Rio Grande do Sul, Eduardo Elsade, chefe do Jimmy Herrera, negou a existência de fraude nos plantões.
“Não, não existe uma prática sistemática de descumprimento de horário. Ninguém tem conhecimento de nenhum tipo de situação irregular administrativa”, disse.
A secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul explicou que criou uma "comissão de sindicância", que tem 30 dias para apurar as denúncias exibidas no Fantástico.
Fechando o domingo com contribuição no #Fantástico! Mostramos a farra de médicos da central do SAMU do RS que não cumprem horário! Gravei com uma mãe aqui de Cruz Alta que ficou quase uma hora no telefone aguardando atendimento pra filha de 3 aninhos e não foi atendida, confira: pic.twitter.com/x03XsiGD5A— Greici Siezemel (@greicisiezemel) August 28, 2023
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