Mensagem, revelada pelo blog da Daniela Lima, foi encontrada pela PF em grupo que discutia um golpe de Estado
Foto: Adriano Machado/Reuters
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter pedido a um empresário para “repassar ao máximo” mensagem questionando as urnas eletrônicas. Conteúdo G1
“Eu mandei para o Meyer [Nigri, fundador da Tecnisa], qual o problema? O [ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021], eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse Bolsonaro.
A declaração foi feita à Folha de S. Paulo durante um voo de Brasília a São Paulo nesta quarta. Ele veio à capital para realizar procedimentos médicos. Segundo o advogado Fábio Wajgarten, o ex-presidente foi internado no hospital Vila Nova Star para realizar exames de rotina.
A troca de mensagens entre Meyer e Bolsonaro foi revelada pelo blog da Daniela Lima. No texto atribuído ao ex-presidente, ele ordena que sejam disparadas fake news. Nigri então responde: “Já repassei para vários grupos!”. Veja a transcrição da conversa mais abaixo.
Nigri é um dos oito empresários que foram alvo de mandados em razão de conversas em aplicativo de mensagens sobre um suposto golpe de estado. Na segunda-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) deu à Polícia Federal mais 60 dias para que sejam feitas diligências em relação a Nigri.
“A dilação de prazo solicitada pela Polícia Federal é justificada, uma vez que, em relação ao investigado Meyer Joseph Nigri há necessidade da continuidade das diligências, pois o relatório da Polícia Federal ratificou a existência de vínculo entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive com a finalidade de disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito”, justificou Moraes.
No mesmo dia, Moraes decidiu pelo arquivamento de investigação contra seis empresários, mas manteve aberto o de Nigri e de Luciano Hang, dono da Havan. “[Sobre o segundo empresário], o relatório aponta a necessidade de extração e análise do material apreendido em seu celular, em razão da ausência do fornecimento das senhas pelo investigado. Consta, segundo informação policial, que a perícia técnica ainda trabalha no processo de identificação das referidas senhas”, acrescentou o ministro.
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