Foto: André Borges / Agência Brasil
O Brasil pode perder o certificado de erradicação do sarampo caso novos casos sejam registrados até fevereiro de 2019. A doença estava erradicada no país desde 2016, quando o certificado foi concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Até o último dia 10, foram confirmados mais de 10 mil casos de sarampo (veja aqui). Somado a isso, o país tem registrado queda na cobertura vacinal da população. Em 2017, o Ministério da Saúde registrou o menor índice de vacinação em crianças menores de um anos dos últimos 16 anos. Todas as vacinas recomendadas para adultos também estão abaixo da meta de cobertura ideal.
Em 2018, a campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite para crianças de um a cinco anos atingiu a meta de 95%. No entanto, a cobertura em adultos permanece baixa, assim como o acumulado para outras vacinas. Segundo o G1, a taxa de cobertura da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é de apenas 4,7% no acumulado entre 1994 e 2018. A meta é 95%.
Para Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, o surto de sarampo está diretamente associado à queda na cobertura vacinal. "A nossa última epidemia foi no Ceará em 2016. Foi no encerramento dessa epidemia que recebemos a certificação da eliminação do vírus. Essa era a nossa situação até o surto na Venezuela e a migração na nossa fronteira em Roraima primeiro e depois no Amazonas", afirmou.
"A cobertura vacinal não estava adequada, indivíduos da Venezuela com sarampo, encontraram vários suscetíveis. Isso reflete a nossa baixa cobertura e não é culpa dos venezuelanos, se fosse um italiano, um russo ou americano... a responsabilidade é nossa que não estávamos devidamente vacinados", avaliou Kfouri.
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