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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

PF faz buscas em endereços ligados a Aécio Neves

Do UOL, em São Paulo*Pedro Ladeira/Folhapress
O senador e deputado federal eleito Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente nacional do partido Solidariedade, são alvos de mandados de busca e apreensão em operação deflagrada pela PF (Polícia Federal) na manhã desta terça-feira (11).

De acordo com a PF, a operação é um desdobramento da delação da JBS e tem como objetivo investigar o recebimento de cerca de R$ 100 milhões em propina por três senadores e três deputados federais entre os anos de 2014 e 2017. A nota da PF não cita os nomes dos parlamentares.

Inicialmente, a TV Globo e o jornal "Folha de S.Paulo" chegaram a citar que os outros quatro congressistas também eram alvos de mandados. A Globo, porém, mudou a versão e informou que os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Agripino Maia (DEM-RN) e os deputados Cristiane Brasil (PTB-RJ) e Benito da Gama (PTB-BA) são investigados pela PF, mas não tiveram mandados de busca e apreensão autorizados contra eles.

O dinheiro pago, segundo a PF, serviu para obtenção de apoio político e também foi utilizado por Aécio durante a campanha presidencial de 2014, quando foi derrotado no segundo turno.

De acordo com as investigações, Aécio comprou apoio político do Solidariedade por R$ 15 milhões, e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2.

"Suspeita-se que os valores eram recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias", diz a PF. Os suspeitos de emitir notas fiscais frias para Aécio também são alvos da operação.

Os crimes investigados são o de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, de acordo com a PF. O UOL ainda não conseguiu contato com a defesa dos alvos da operação.

A ação foi autorizada pelo Ministro Marco Aurelio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ao todo, foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão e 48 intimações para depoimentos através da operação, que também conta com apoio do MPF (Ministério Público Federal).

As medidas estão sendo cumpridas no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins, e Amapá.

Entre os alvos, estão endereços relacionados a Aécio Neves, e da irmã dele, Andréa Neves, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Agentes da polícia foram a um prédio de luxo na avenida Vieira Souto, em Ipanema, no Rio, onde Aécio tem residência. Os agentes deixaram o local por volta das 8h.

A operação foi batizada de Ross é um desdobramento da Operação Patmos, uma fase da Lava Jato deflagrada em maio de 2017, que teve como base a delação de executivos Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F.

A operação foi batizada de Ross, que faz referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada na Antártida fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.

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