da BBC Brasil
Jean Pierre Bucyensenge
Zura Karuhimbi fingiu ser bruxa para salvar dezenas de pessoas que escondia em casa
Zura Karuhimbi não tinha armas para se defender quando um grupo de homens com facões cercou sua casa pela primeira vez e exigiu que ela lhes entregasse todo mundo que estava lá dentro.
O único elemento com o qual podia contar naquele momento era a reputação que tinha na região de possuir poderes mágicos.
E foi essa fama que permitiu que ela salvasse cerca de cem pessoas do sangrento genocídio de Ruanda, país localizado no continente africano, nos anos 1990.
Em 1994, cerca 800 mil pessoas da etnia tutsi foram assassinadas por extremistas de outro grupo, da etnia hutu. Dois filhos de Zura - um homem e uma menina - também foram mortos.
"Durante o genocídio, vi a escuridão no coração do homem", disse a mulher, duas décadas depois, na mesma casa de dois cômodos onde escondeu dezenas de pessoas.
Ela morreu na última semana, na aldeia de Musano, a uma hora da capital de Ruanda, Kigali. Ninguém sabe exatamente quantos anos tinha. Ela dizia ter mais de 100, mas documentos oficiais estimam que ela não viveu mais de 93 anos.
Em todo caso, quando as milícias hutu - conhecidas como Interahamwe - chegaram a sua aldeia, Zura já era uma idosa. Leia mais em https://noticias.bol.uol.com.br
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