por Samuel Celestino
Numa sequência de frases nesta terça-feira (25), Lula, que atravessa uma fase de muitas dificuldades, disse que não se preocupa com uma eventual delação do ex-ministro Antônio Palocci e rebateu: “Se ele cometeu algum erro, só ele sabe. Se ele cometeu delitos, só ele sabe. Se ele vai fazer delação contra mim, não me preocupa”. O ex-presidente deveria se preocupar, mas faz de conta que não. Isso porque o seu momento atual é visto como o pior da sua carreira política. Palocci, na sua final de delação diante do juiz Sérgio Moro, pediu um adendo ao juiz para afirmar que estava à disposição para relatar o que é do seu conhecimento, senão a ele, mas a quem determinasse. Enfim, estava à sua disposição em qualquer momento que Moro assim desejasse. Palocci transformou-se numa espécie de “homem bomba” que poderá vir a sacudir a república. Na sua situação nada tem a perder e faz questão de falar para diminuir a sua condenação. Já Lula – até os petistas assim entendem – poderá vir a ser preso dentro, supõe-se, de quatro meses. O PT não tem nomes que possa substitui-lo e se acontecer o que parece previsível, a tendência do partido é entrar em processo de decadência, o que possivelmente será também o caminho do PSDB e do PMDB. Os três principais partidos do país foram marcados por delatores da Odebrecht e foi a partir destas denúncias que o ambiente partidário ganhou uma dimensão inesperada com corrupção desenfreada em todos os sentidos. O sistema político está em processo de decomposição, incluindo os principais nomes da República.
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