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terça-feira, 18 de abril de 2017

Cunha só autorizou impeachment porque petistas não o apoiaram no Conselho de Ética, diz Temer

Yahoo Notícias*Alan Santos / PR
O presidente Michel Temer admitiu em entrevista à TV Bandeirantes, que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) só deu andamento a um dos pedidos de impeachment da então presidente Dilma Rousseff porque os três petistas do Conselho de Ética que o julgou por cerca de dez meses – Léo de Brito (PT-AC), Valmir Prascidelli (PT-SP) e Zé Geraldo (PT-PA) – não toparam votar por sua absolvição.

De acordo com Temer, Cunha foi procurá-lo dizendo que arquivaria todos os pedidos de impeachment da presidente Dilma, pois haviam lhe prometido os votos dos petistas no Conselho de Ética. Ao que Temer teria respondido: “Ora, que bom. Assim acaba com essa história de você estar na oposição. Até porque, convenhamos, eu sou o vice-presidente da República, do PMDB, e fica muito mal essa situação de você, a todo momento, se posicionar como oposicionista”.

Nesse mesmo dia, Temer procurou Dilma para informa-lhe o ocorrido, fato este, que teria agradado muito a entåo presidente. No dia seguinte, Temer relata que soube pelo noticiário que o presidente do PT e os três membros do Conselho de Ética se revoltaram com a fala atribuída a eles e garantiram que votariam contra Cunha. Algumas horas mais tarde, nova ligação do ex-deputado informando Temer que tudo o que ele havia falado não valia mais e que daria sim início ao processo de impedimento de Dilma. “Ou seja, se o PT tivesse votado a favor de Cunha, Dilma provavelmente continuaria no cargo”, disse o presidente peemedebista.

Na entrevista dada à TV Bandeirantes, o presidente ainda confirma que Eduardo Cunha teria intermediado um encontro dele com executivos da Odebrecht, mas que no encontro não foi tratado nada relacionamento a doações de campanha.

Ex-aliado, ex-deputado e ex-presidente da Câmara
Cunha foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e está preso desde outubro de 2016. Embora sua proximidade com o ex-aliado seja conhecida, Temer é poupado das investigações da Operação Lava Jato porque a lei proíbe que presidentes da República sejam investigados por atos eventualmente praticados antes do início de seu mandato.

Michel Temer é citado diversas vezes na delação premiada conjunta de executivos da Odebrecht.

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