Relator do processo que pode levar à cassação do presidente Michel Temer e à convocação de uma nova eleição, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que ficou impressionado com o que ouviu até agora de testemunhas de acusação no âmbito da ação que apura, entre outras coisas, se a chapa encabeçada por Dilma Rousseff em 2014 recebeu dinheiro desviado dos cofres da Petrobrás. O ministro considera os valores desviados “espantosos” e ficou impressionado com a forma com que o esquema era visto com naturalidade pelos seus agentes – algo que define como “normalidade da corrupção”.
“Os valores são espantosos, às vezes, eu repetia a pergunta (nos depoimentos) pra saber se eu estava entendendo bem, pra saber se eram bilhões ou milhões. A dimensão é enorme. São valores estratosféricos. Nós, seres humanos normais, não temos condição de avaliar o que se pode comprar com aquilo”, afirmou Benjamin a jornalistas, depois de se reunir com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância. Os dois participaram do VI Encontro Nacional de Juízes Estaduais (Enaje), em Porto Seguro.
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