Mais de 35 milhões de pessoas no mundo vivem com o HIV, mas pouco se sabe sobre a história evolutiva do vírus. Até recentemente, os cientistas pensavam que os lentivírus mais antigos – que pertencem à família do HIV – tinham surgido há 12 milhões de anos. Contudo, novas pesquisas realizadas em lêmures sugerem que as primeiras ocorrências, na verdade, sejam de 60 milhões de anos atrás.
A pesquisa, realizada pela Academia Checa de Ciências, utilizou dados genéticos da lêmure Galeopterus variegatus, e três amostras antigas revelaram a presença do lentivírus.
Os lentivírus são vírus lentos, com longos períodos de incubação. Eles causam uma gama de doenças em diferentes espécies de animais e ocorrem a partir de nove ramos evolutivos, incluindo primatas, gatos e cavalos. De acordo com Dr. Daniel Elleder, que liderou o estudo, primeiro foram encontradas evidências “por uma tela computacional de todos os genomas de animais disponíveis”. Segundo ele, a maior surpresa foi com a idade resultante (de 40 a 60 milhões de anos atrás), que era muito mais elevada do que a dos três lentivírus anteriormente conhecidos.
Conforme explicou o especialista, “os vírus clássicos, incluindo o lentivírus, evoluem muito rápido, porque possuem uma elevada taxa de mutação. Por exemplo, no caso do HIV, os cientistas podem distinguir amostras da década de 1980 e 1950. No entanto, o lentivírus encontrado neste estudo era endógeno, o que significada que se insere no DNA e passa entre diferentes gerações”. Logo, ele tem uma taxa muito menor de mudanças, o que permitiu reconstituir como ele seria há dezenas de milhões de anos atrás.
Os resultados, publicados na revista Molecular Biology and Evolution, sugerem que no futuro a equipe pretende seguir um cronograma para chegar ainda mais longe, através do levantamento feito em um amplo espectro de animais, na esperança de identificar novas peças para o quebra-cabeça da evolução do lentivírus. [ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Wikipédia / Flickr ]
Nenhum comentário:
Postar um comentário