As autoridades de saúde dos Estados Unidos, na última quinta-feira, relataram em seu território o primeiro caso de infecção bacteriana que se mostrou resistente até mesmo a um antibiótico utilizado como último recurso.
Dessa forma, eles expressaram uma grave preocupação de que essa bactéria possa representar um sério risco para infecções contagiosas, conforme relatado pela Reuters.
Segundo o diretor Thomas Frieden, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, “estamos correndo o risco de estar em uma era pós-antibióticos”. Essa preocupação já é uma velha conhecida, já que, com o passar do tempo, as estirpes de bactérias evoluem juntamente com o avanço da Medicina.
O caso que levantou a bandeira vermelha no país é de uma mulher, de 49 anos de idade, da Pensilvânia, que desenvolveu uma infecção no trato urinário. Segundo Frieden, a bactéria presente nela era resistente à colistina, um antibiótico de último recurso reservado apenas em casos de bactérias extremamente perigosas.
A infecção em questão já foi publicada na Antimicrobial Agents and Chemotherapy e é referida como o primeiro caso de uma superbactéria infectada com um pequeno pedaço de DNA (plasmídeo) com um gene chamado MCR-2, conferindo resistência à colistina.
O estudo não indica a situação atual da paciente, mas afirmou que continua na vigilância para determinar a verdadeira frequência do gene no país e se a situação é crítica. “É perigoso, e nós diríamos que pode se espalhar rapidamente, mesmo em um ambiente hospitalar…”, disse Gail Cassell, microbiologista e conferencista sênior da Harvard Medical School para a Reuters.
Em 2015, na China, o gene MCR-1 foi encontrado em porcos, o que já fez soar o alarme para a comunidade cientifica. Isso porque, o potencial de uma superbactéria se espalhar de animas para pessoas é muito grande.
Desde os anos 1990 que os especialistas alertaram para a existência das superbactérias em um futuro próximo. No entanto, poucas companhias farmacêuticas têm tentado desenvolver fármacos contra essa estirpe. Muitos fabricantes têm relutado em investir o dinheiro necessário para desenvolver novos antibióticos, preferindo usar seus recursos com medicamentos para tratar câncer e doenças raras – que comandam preços muito elevados e levam a lucros muito maiores.
Dessa forma, segundo Cassel, no momento, é recomendável que as pessoas se atentem para a higiene diária e dos alimentos, lavando as mãos, frutas, legumes e verduras, além de preparar os alimentos de forma adequada.
Na capa, foto da bactéria Escherichia coli, a primeira a ser identificada com este gene de resistência. [ [ScienceDaily, CNN, Reuters ] [ Foto: Divulgação / CDC ]
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