O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que poderá ser candidato nas eleições presidenciais de 2018, durante o ato contra o governo Temer (PMDB), realizado na avenida Paulista na noite desta sexta-feira (10). "Quanto mais eles me provocarem, mais eu corro risco de ser candidato a presidente em 2018. Se eles acham que vão me amedrontar com ameaça, eu quero dizer, que quem não morreu de fome em Garanhuns (PE), não tem medo de ameaça nesse país", declarou Lula, em referência a sua infância no sertão pernambucano. No primeiro ato unificado da Frente Brasil Popular, composta por movimentos de esquerda e centrais sindicais, desde que Michel Temer assumiu a presidência interinamente, há menos de um mês, Lula o criticou por promover mudanças no governo, a exemplo da diminuição do número de ministérios. De acordo com o ex-presidente, a atual gestão promove "um desmonte" no país e de só querer "privatizar", em vez de governar. "Se a solução fosse diminuir ministérios, era melhor tirar a Fazenda, o Planejamento e deixar os ministérios dos pobres", disse Lula. Temer foi comparado ao ex-presidente cubano Fidel Castro, em certo trecho do discurso do ex-presidente, para afirmar que o presidente interino não tinha autoridade nem legitimidade para realizar mudanças no governo. "Após a decisão do Senado de afastar a Dilma, Temer pegou a interinidade e não agiu como interino. Ele assumiu com a mesma liberdade e autoridade com que Fidel Castro entrou em Havana após a Revolução cubana. Mas ele não tinha autoridade." Em outra referência direta a Temer, Lula declarou que o ex-presidente sabe que não agiu corretamente assumindo a Presidência da República. 'Por favor, permita que o povo retome o governo com a Dilma e dispute eleições em 2018 para ver se você vai ser presidente", disse o ex-presidente.
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