A operadora de telefonia Oi pediu recuperação judicial nesta segunda-feira (20). No total, a empresa incluiu R$ 65 bilhões em dívidas no processo. É o maior pedido de recuperação judicial já protocolado no país. Em abril, a Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para o pré-sal, declarou à Justiça ter dívidas de R$ 19,3 bilhões. Em abril, a empresa tentou uma "recuperação branca", em que ficaria alguns anos sem pagar os credores locais e trocaria a dívida com estrangeiros por participação na empresa. À época, credores ouvidos pela Folha disseram que a empresa seguiria para uma recuperação judicial caso o plano não fosse aceito por mais de 95% do grupo. Para um credor, a negociação privada é melhor que a judicial porque oferece descontos maiores (acima de 80%) e prazos superiores a 15 anos. Também na segunda, a Oi divulgou que havia conseguido 180 dias para renegociar suas dívidas com credores em acordo com o BNDES. O contrato com o banco de suspensão da dívida foi assinado em maio, mas só foi divulgado na segunda como parte de documentos relativos ao processo de renegociação com credores. No dia 10, o então diretor-presidente da empresa, Bayard Gontijo, renunciou ao cargo. Ele havia assumido o cargo no início do ano, após saída repentina de Zeinal Bava, que renunciou após calote de quase 1 bilhão de euros da holding Rioforte, do Grupo Espírito Santo, maior sócio da Portugal Telecom, com quem a Oi estava se fundindo. Ao assumir, Gontijo havia prometido reestruturar a pesada dívida da empresa. Gontijo foi substituído pelo diretor financeiro Marco Schroeder. A Oi encerrou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 1,64 bilhão. Em março, a dívida líquida da empresa estava em R$ 40,84 bilhões –alta de 7% ante o fim do ano passado, enquanto o caixa disponível ficou em R$ 8,53 bilhões, queda de 49,3% sobre o trimestre imediatamente anterior. Segundo a Folha apurou, a dificuldade em renegociar sua pulverizada dívida no exterior foi o fator determinante para que a Oi entrasse com o processo. Mais de três quartos da dívida da empresa está nas mãos de muitas instituições financeiras internacionais, enquanto que no Brasil está concentrada aos grandes do país. O governo já previa um pedido de recuperação judicial justamente pela lentidão em renegociar essa parte do endividamento. (Folha)
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