Em ato no Rio na noite desta segunda-feira(06), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que não está disposto a disputar as eleições presidenciais de 2018, ressaltando que ainda é cedo para discutir esse assunto. Ele reconheceu ainda que a presidente afastada Dilma Rousseff cometeu “equívocos”, mas disse querer que ela recupere seu mandato justamente para corrigir esses “erros”. "Eles estão tentando fazer toda essa desgraceira, me atacando, divulgando meus telefonemas, é medo de eu voltar. Eu queria dizer para vocês que é muito cedo para discutir 2018.
Tem muita gente boa, muita gente nova, e eu já estou na idade de me aposentar", disse ele, em ato contra o governo interino de Michel Temer e em defesa das empresas públicas. Mesmo sendo investigado pela Operação Lava-Jato, Lula é o nome mais forte do PT para disputar as eleições. As alternativas apontadas no partido são o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o ex-ministro Jaques Wagner. O primeiro precisa ser reeleito e os dois, citados em depoimentos de investigados, precisam sobreviver à Lava-Jato. Classificando o processo de impeachment como “golpe”,
Lula criticou Temer por governar como já fosse presidente de fato, e não interino. Ele defendeu a volta de Dilma e ensaiou uma autocrítica, mas sem dar detalhes: Os coxinhas agora estão com vergonha, porque foram para a rua bater panela e o resultado não foi um risoto, foi o Temer, e eles sabem que o ministério que está montado é do Eduardo Cunha. Não estou dizendo que Dilma não cometeu equívocos, cometeu, e queremos que ela volte para corrigir os erros que cometemos.
O ex-presidente atacou Temer por cortar viagens em aviões da Aeronáutica e o cartão utilizado por Dilma para pagar despesas como alimentação, no Palácio da Alvorada: Ele não tinha direito de fazer o que fez, cortou até o almoço da Dilma. Amanhã vamos comer marmitex, se for o caso, mas ele não vai impedir a gente de correr o país fazendo as denúncias que temos que fazer. Falando para uma plateia formada sobretudo por sindicalistas, Lula fez um discurso nacionalista e disse que governou para os mais pobres.
"Hoje, quando vejo toda essa história da Lava-Jato, as condições de humilhação que os petroleiros são submetidos, me orgulho de ser o presidente que mais investiu em ciência e tecnologia na Petrobras, de ter sido o presidente que mais investiu na recuperação da indústria naval. A elite brasileira nunca aceitou a Petrobras, desde a época de Monteiro Lobato", disse Lula, sem fazer referência às denúncias de corrupção na estatal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário