por Samuel Celestino
Foto: Lula Marques/ Agência PT
Praticamente isolado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado das suas atribuições pelo Supremo Tribunal Federal (STF), passou a estar numa situação vexatória. De tal ordem que seus próprios aliados, se é que eles continuam ao seu lado, estão a divulgar, supostamente à revelia do chefão, que estaria inclinado a fazer uma delação premiada para escapar de uma pena pesadíssima. Cunha rebate, diz que não, mas, mesmo assim, a delação permanece na mídia por ser uma hipótese plausível. Pode ser um jogo político que o próprio deputado mantém, na tentativa de gerar apreensões. Se ele falar o que sabe será um pandemônio. De tal modo que tudo o que esta no momento no cenário será pouco para o que vier acontecer mais adiante. Inclusive, também em relação aos problemas que o presidente em exercício, Michel Temer, passou a se inquietar a partir das denúncias feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Os aliados de Cunha parece diminuírem por estarem também atemorizados. O medo é total na República e cresce na medida em que a Operação Lava-Jato ganha corpo, enquanto o juiz Sérgio Moro se fortalece no Paraná, com o apoio quase, ou senão absoluto, da opinião pública. Se Eduardo Cunha fizer uma delação premiada terá que ser à Lava Jato. Esta segunda-feira (20) será um teste para o deputado que pretende reunir - assim está previsto - sua tropa de choque. O número determinará quantos ainda comanda, e quantos temem a sua força, em parte formada por corruptos. Está marcada para amanhã, terça-feira, uma entrevista à imprensa. Se Cunha a mantiver poderá vir a ser uma bomba. Enquanto isso, seus aliados tentam convencê-lo a abandonar a comando da Câmara, única possibilidade de se manter no mandato parlamentar. É uma saída que ele poderá meditar, mas sabe que, se abdicar, perderá toda a força que reuniu. Sem a presidência do poder, ficará frágil. Além do mais, ainda terá que esperar por uma decisão do STF. bn
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