A síndrome responsável por essa anomalia congênita do aparelho reprodutor feminino é chamada de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH) e faz com que as mulheres com essa condição possuam dois cromossomos X, ovários e órgãos genitais femininos normais. No entanto, o útero e a parte superior da vagina são extremamente pequenos ou até mesmo inexistentes.
Ninguém ainda sabe ao certo porque isso acontece. Não é causada pelo mesmo processo que impede que um útero ou uma vagina se desenvolvam em homens. Durante o desenvolvimento normal de um embrião masculino no útero, os testículos secretam um hormônio chamado Anti-Mülleriano (MIS) que divide os canais (duto de Müller e canais de Wolf) que, caso contrário podem crescer e virarem o útero, as trompas de falópio e a parte superior vagina.
Essa secreção hormonal é a razão pelo qual indivíduos do sexo masculino, porém andrógenos, não desenvolvem útero, apesar de terem genitália feminina. Isso porque os seus corpos não podem assimilar a testosterona que desencadeia o desenvolvimento dos tubos reprodutores masculinos e órgãos genitais, mais ainda assim são capazes de sinalizar uma produção alta e clara do hormônio MIS. Já as mulheres com a condição MRKH possuem ovários normais para produção de óvulos, no entanto não liberam o MIS.
Ao invés disso, o desenvolvimento normal dos dutos de Müler falham causando a condição, que pode vir acompanhada de malformação do coração, rins ou esqueleto. O tratamento para MRKH atualmente está voltado para o uso de dilatadores vaginais ou cirurgia plástica, que permitam que essas mulheres possam ter relações sexuais normalmente. No entanto, para as mulheres que nasceram sem o útero, a gravidez infelizmente não é uma opção. Porém, elas podem recorrer à técnica de fertilização in vitro e/ou uma “barriga de aluguel”, já que são capazes de produzir óvulos. [ Gizmodo / Scielo ] [ Foto: Reprodução / Hey Paul Studios via Flickr ]
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