A PRESIDENTE VOLTOU A DEFENDER MUDANÇA NA CONSTITUIÇÃO PARA DAR MAIS PODER À UNIÃO NA ÁREA DE SEGURANÇA
DILMA ROUSSEFF (FOTO: AGÊNCIA OGLOBO)
epocanegocios.globo.com - A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) reconheceu nesta sexta-feira (12/09), durante sabatina promovida pelo O Globo, que a situação da segurança no país piorou nos últimos anos. "A situação do Brasil sobre a segurança pública piorou, sim. O crime organizado atua de forma organizada. União atua de forma fragmentada", disse.
A presidente voltou a defender uma mudança na Constituição para dar mais poder à União na questão de segurança e disse ser a favor da implantação do mdelo adotado durante a Copa do Mundo de Centros de Comandos de Controle.
"A União tem que se tornar responsável pela segurança pública, porque hoje é dos Estados. Não pode ser assim. Tem de mudar a Constituição. Não podíamos deixar na Copa uma quebra da segurança pública, então o que fizemos? Centro de Comando de Controle. Cada um cuidava da sua própria hierarquia. Conseguimos um trabalho eficaz", disse.
Dilma afirmou que acredita na integração entre as entidades federativas. "Por isso que estamos propondo mudar a Constituição. Criar os Centros de Comando em 27 Estados. Acredito que vamos dar um salto neste sentido: integrando", afirmou, destacando ser importante integrar o cadastro de detentos "Tem um em São Paulo, outro em Minas, outro no Nordeste."
Questionada sobre a promessa de usar drones para ajudar na questão de segurança, Dilma afirmou que "a realidade muda e mudamos com ela". "Nós íamos comprar 12 drones, que é também chamado de vant. Iríamos comprar para a Justiça e para a Defesa", explicou, ressaltando que o Brasil compraria o material de Israel e que o "custo de manutenção era muito alto"."Mudamos para um caminho melhor", explica Dilma, ao justificar que agora os drones estão sendo construídos pela Embraer.
Crise
Dilma afirmou também que teve uma política defensiva economicamente em relação à crise mundial. Questionada se mudaria sua condução da economia ou faria tudo igual em um eventual segundo mandato, Dilma afirmou que esse "tipo de colocação é estagnada". "A gente muda com a realidade. Assumo que tive uma política defensiva em relação a crise", afirmou, durante sabatina promovida pelo jornal O Globo.
Dilma criticou algumas politicas de austeridade, que levaram o mundo a ter a geração "nem-nem", que não tem estudo e nem trabalho. Segundo a presidente, o Brasil soube segurar o emprego. Ela destacou ainda que no G-20 há 100 milhões de desempregados. "Eles calculam que até 2030 serão 600 milhões de desempregados. Estamos enfrentando uma crise que não é só nossa."
A presidente afirmou ainda que acredita que é "grande a possibilidade de crescimento forte no segundo semestre do ano". "Gostaria de dizer o seguinte: é muito difícil falar em tendência. É muito difícil comparar um semestre com outro. As comparação pontuais são grandes armadilhas", disse.
Questionada como lidará com o baixo crescimento do país, Dilma afirmou que no passado quando havia crise o que se fazia era cortar salários e diminuir o ritmo de investimentos. "É impossível um país enfrentar a crise com esse 'modelito'", afirmou, destacando que um país não tem futuro se parar de investir. Ao ser confrontada com o ritmo em queda de investimento, Dilma disse: "imagina se a gente não tivesse se esforçado".
Combustíveis
Dilma minimizou, a defasagem nos preços da gasolina e da energia elétrica. Durante a sabatina, ela afirmou que no seu governo ajustou "o combustível na refinaria em 32%". "O reajuste na bomba é menor. Eu reajustei em termos reais acima da inflação", disse.
A petista destacou que o reajuste do preço internacional do petróleo é extremamente influenciado por fatores políticos. "Vamos ver o que os EUA fazem com o gás e o petróleo. O gás é US$ 4, US$ 4,5. Hoje, no mundo, o preço do gás de xisto está, em alguns lugares, em US$ 14, US$ 15", disse. "Por que o EUA não vendem de acordo com o mercado internacional?. Eles querem recompor a indústria siderúrgica. Eles queriam recompor indústrias que eles perderam", completou.
Dilma disse ainda que os preços da energia elétrica no país este ano "têm crescido razoavelmente" e que as térmicas "existem não só para a paisagem". "Nos meus quatro anos, eu fiz a mesma quantidade de geração do que Fernando Henrique em oito anos", disse.
Segundo Dilma, o governo tomou providências para que não acontecessem apagões e negou que as empresas elétricas estejam "quebradas". "Nenhum desses problemas tem a ver com a redução (nas tarifas) do ano passado. Faltou água no Brasil. Tanto que o governo de São Paulo, que não tomou as providências que tomamos, tem um racionamento forte", afirmou.
A presidente disse ainda que "passada a eleição" vai revisitar as empresas "e ver o que aconteceu". "Dizer que estão quebradas é dizer que elas não têm condições de pagar por algo que devem. Elas têm condições. Não estamos sem energia elétrica e estamos na maior seca de todos os tempos", reforçou.
Porto de Cuba
Dilma foi questionada por um internauta sobre as razões do financiamento do porto de Muriel, em Cuba, que recebeu recursos do BNDES, e disse que o contrato não é confidencial. "Esse é um processo que se chama de internacionalização. Não é sigiloso. Tem um contrato com a empresa brasileira e a holandesa", disse.
Segundo a presidente, há ainda um contrato com o governo cubano e "o que eles fazem lá é problema deles". "Não é um contrato público. É um contrato privado. Acho que tem um preconceito por ser Cuba", afirmou, ressaltando que é preciso ver esse investimento como "bom".
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