Foto: Marcilio Novaes/opovocomanoticia
Ele nasceu com o peso de um bebê de seis meses e o tamanho de um menino de dois meses. Com 7,650 kg e 58 centímetros, Moacir Mateus Calaça Silva Neto, surpreendeu médicos, enfermeiros e até os pais. A criança nasceu no último dia 3, na maternidade Ana Carolina de Sá Ferraz, em Floresta, no Sertão, e foi transferida no último dia 7 para o Hospital Barão de Lucena, onde segue em observação. A família agora precisa de doação para refazer todo o enxoval.
Moacir Mateus é o segundo filho da agricultora Hosana da Silva, 24 anos, e do técnico de enfermagem Marcionílio Calaça, 37. A família é de Carnaubeira da Penha, a 500 km do Recife. A mãe tinha investido cerca de R$ 1,6 mil na compra de roupas, fraldas e móveis. De tudo, só sobrou praticamente o berço e os móveis do quarto. Todo o resto não coube em Moacir e precisou ser doado a crianças do Barão de Lucena e familiares. Profissionais da maternidade onde o bebê nasceu fizeram uma doação
de fraldas, mas Moacir usa uma média de quatro por dia.
Mesmo com o primeiro filho nascendo de oito meses com 4,2 kg, os pais só souberam que Moacir iria ter um tamanho fora do padrão um dia antes do parto, que durou cerca de uma hora e meia. “O médico nos disse que ele iria ser grande, pois nem a ultrassom conseguia detectar o peso exato. Depois que ele nasceu, foi levado para Serra Talhada para exames e, em seguida, para o Recife”, contou o pai, que pesa 105 kg e mede 1,76 metros.
Hosana da Silva, por sua vez, tem 1,67 metros e pesa cerca de 80 kg. “Os médicos disseram a gente que pode ter sido diabetes gestacional, mas ela fez exames, que só acusavam pré-diabetes”, pontuou Marcionílio Calaça. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) só deve divulgar hoje um boletim sobre o estado de saúde de Moacir. Ontem, a criança fez eletrocardiograma e, segundo o pai, respirava sem a ajuda de aparelhos.
Bebês que nascem com mais de 4kg têm macrossomia fetal. “Muitas vezes, na área rural, as mulheres não têm acesso aos exames necessários. Para detectar a diabetes na grávida, por exemplo, o teste específico é feito com 28 semanas”, explicou a professora assistente de ginecologia e obstetrícia da UPE Jeanine Trindade.
Segundo ela, o excesso de glicose no sangue da mulher passa para o sangue do bebê e ele começa a engordar no tronco e no abdômen. “O indicado é fazer dieta e, às vezes, insulina para evitar complicações.” Além disso, a macrossomia pode estar relacionada com o tamanho dos pais e obesidade materna. http://www.diariodepernambuco.com.br/Alice Souza
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