Do G1 São Paulo
O estudante da Universidade de São Paulo (USP) Douglas Silva Ribeiro, de 21 anos, morreu na última sexta-feira (12) num hospital dos Estados Unidos após ter ser sido encontrado na piscina do hotel onde estava hospedado, na cidade de Mobile Bay, estado do Alabama. A principal suspeita é a de que o aluno tenha se afogado em 6 de setembro. As autoridades norte-americanas, no entanto, ainda investigam as prováveis circunstâncias da morte para saber se ela foi criminosa, acidental ou suicídio.
As informações foram confirmadas nesta segunda-feira (15) ao G1 pelas assessorias de imprensa do USP e do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Os dois órgãos informaram que estão dando assistência à família de Douglas, que era aluno do terceiro ano de Lazer e Turismo.
"A Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP informa que Douglas Silva Ribeiro, estudante do 6º semestre do curso de Lazer e Turismo, que sofreu um acidente no dia 6 de setembro, nos Estados Unidos, faleceu na última sexta-feira, dia 12", disse nota da Universidade de São Paulo.
Morador da favela de Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista, Douglas foi ao Estados Unidos por conta própria. Ele tinha conseguido arrecadar dinheiro com doações na internet para viajar ao Alabama, onde iria participar do evento de turismo World Leisure Congress 2014, no Mobile International Festival. Lá, falaria sobre seu estudo "A percepção dos moradores de Paraisópolis e Heliópolis sobre o que se chama Turismo na Favela".
Douglas foi visto pela última vez em 6 de setembro. Funcionários notaram quando ele apareceu vestindo roupas de banho e foi sozinho à piscina. Depois, os empregados encontraram o aluno desacordado, sem marcas de agressão, boiando na piscina.
Levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Mobile Infirmary, Douglas ficou internado em estado grave até morrer. "De acordo com as autoridades locais e exames médicos, a suspeita do acidente é de afogamento", informou a USP;
"Dois professores do curso de Lazer e Turismo também foram para Mobile Bay para participar do mesmo congresso e, assim que souberam do acidente, entraram em contato com a família do estudante", disse a USP por meio de nota.
De acordo com o Itamaraty, "como em todo caso de morte não decorrente de causas naturais, as autoridades dos EUA realizam investigação dos fatos".
"A rede de solidariedade formada possibilitou todas as condições para que sua mãe pudesse viajar para reencontrá-lo; Douglas se foi algumas horas depois da chegada dela", escreveram as professoras Cristina e Neli, da diretoria da Escola de Artes, Ciências e Humanidades. "Enviamos nossos sentimentos a seus familiares e amigos, desejando a coragem necessária para a superação de tão difícil situação."
O G1 não conseguiu localizar os parentes de Douglas para falar do caso.
"O Itamaraty tem buscado dar o apoio consular aos familiares do brasileiro. Interviu junto às autoridades norte-americanas para obter a concessão de visto à mãe do estudante e tem acompanhado o caso, por meio da Cônsul-Honorária do Brasil no Alabama (estado onde o Brasil não dispõe de representação consular)", informou o Ministério das Relações Exteriores.
Os custos da viagem de Douglas para os Estados Unidos vieram de uma vaquinha que ele fez pela internet. O dinheiro obtido na ação coletiva no Facebook o ajudou também a ir para um congresso na Alemanha, em abril deste ano. Na Europa, ele mostrou o que os moradores pensavam sobre a presença do turismo na favela de Paraisópolis.
Não há informações de quando o corpo de Douglas virá ao Brasil. Ele deverá ser enterrado na capital paulista.
Nesta segunda-feira (15), a partir das 18h, amigos de Douglas, conhecido por Dodo, vão prestar uma homenagem ao estudante em frente a uma das bibliotecas da USP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário