Com a manifestação, procedimentos eletivos marcados para esta data nos hospitais Santa Casa e Cajuru foram remanejados.
A intenção do governo federal de “importar” médicos para o Brasil levou cerca de dois mil manifestantes para as ruas de Curitiba nesta quarta-feira (3). Na capital, o protesto – organizado pela Associação Médica do Paraná (AMP), Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) – deve teve início às 10h30 na Boca Maldita, no Centro da cidade. O ato também deve ser realizado no interior do estado e em diversos municípios brasileiros, sob motivação de entidades médicas nacionais que organizaram o movimento nacional “Vem pra rua pela saúde”.
Segundo o CRM-PR, após a concentração, os médicos, estudantes de Medicina e pacientes do SUS que integram a passeata na capital seguiram até a Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde chegaram por volta das 11h10. Os médicos presentes no local usavam roupas e jalecos brancos, nariz de palhaço e uma faixa preta no braço, segundo informou a assessoria de imprensa do conselho. A dispersão ocorreu por volta do meio-dia. O mesmo ato já havia sido realizado no último dia 25 de maio e envolveu mais de mil pessoas.
Com o protesto, o atendimento nos hospitais Santa Casa e Cajuru, em Curitiba, teve redução da equipe de atendimento a 30% do normal, para que os demais médicos pudessem participar do evento, informou o CRM. A assessoria de imprensa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), responsável pelas duas instituições de saúde, não informa a quantidade de médicos que deixaram o serviço para aderir aos protestos. No entanto, o órgão confirma que as cirurgias e os atendimentos eletivos (não urgentes) foram remanejados para outras datas. A transferência foi comunicada aos pacientes. Os atendimentos de urgência e emergência não sofreram alterações.
Segundo o conselho, nenhum profissional foi orientado a paralisar os atendimentos nesta data, e os atendimentos de urgência e emergência em todos os hospitais permanecem inalterados.
"Não podemos aceitar que a conta caia no médico, como se o médico fosse culpado. A estrutura da saúde no país está precária, os médicos estão com dificuldades nos atendimentos e acho que não é um erro reconhecer isso. O que queremos é lutar para mudar essa situação", declarou o presidente do CRM-PR,Alexandre Gustavo Bley.
No Paraná, os atos também serão realizados também em Campo Mourão, Francisco Beltrão, Londrina, Maringá, Paranavaí, Ponta Grossa, Rio Negro, Foz do Iguaçu, Cascavel e Pato Branco. A organização pede que os manifestantes usem roupas ou jalecos brancos.
Conforme nota publicada no site do CRM-PR, o protesto visa chamar a atenção para os equívocos que envolvem as políticas públicas do setor, em especial o subfinanciamento do SUS, e ainda a defesa da regulamentação do ato médico, da implantação de plano de carreira médica e da revalidação dos diplomas obtidos no exterior, contra a proposta do governo federal de “importar” profissionais sem a necessária comprovação de habilidades técnicas e domínio do idioma local. Gazeta Maringa
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